13.4.12

Flexibilidade dos salários está a reforçar competitividade externa de Portugal

in iOnline

"Os depósitos são o maior activo da economia portuguesa"

A flexibilidade tácita que se está a verificar nos salários está a reforçar a competitividade externa de Portugal, considerou hoje o Governador do Banco de Portugal, numa audição no parlamento.

Segundo o supervisor bancário, a economia portuguesa está a fazer atualmente um "processo de ajustamento em condições novas, sem desvalorização cambial", ao contrário das intervenções do Fundo Monetário Internacional (FMI) em Portugal, nas décadas de 70 e 80.

A ajudar ao ajustamento, disse Carlos Costa, está-se a assistir a uma "flexibilidade tácita (mais do que explícita) dos salários", o que está a ter impacto no "reforço da competitividade externa".

O Governador do Banco de Portugal focou, ainda nesta parte da intervenção inicial, a necessidade de as empresas portuguesas reforçarem e consolidarem a sua posição nos mercados externos, depois de durante alguns anos terem sobretudo dedicado a sua atividade para o consumo interno.

"Quando atingirmos um volume de exportações na ordem dos 55 por cento do Produto Interno Bruto temos condições para ancorar o sistema de forma duradoura e o consumo interno de forma sustentável", disse Carlos Costa.

O Governador do Banco de Portugal está a ser ouvido na comissão parlamentar para o acompanhamento das medidas do programa de assistência financeira a Portugal, no âmbito da terceira avaliação regular da ‘troika' ao acordo assinado o ano passado.

"Os depósitos são o maior activo da economia portuguesa"

O Governador do Banco de Portugal disse hoje que os depósitos são o "maior ativo da economia portuguesa", pelo que a instituição que lidera tem vindo a tomar medidas para garantir a confiança dos depositantes.

"Os depósitos são hoje o maior ativo que temos na economia portuguesa e cujo comportamento temos de elogiar", disse Carlos Costa na comissão parlamentar para o acompanhamento das medidas do programa de assistência financeira a Portugal.

Carlos Costa falava, na intervenção inicial, sobre a importância de os bancos reforçarem os seus rácios de capital, que servem de indicadores à avaliação da solvabilidade de um banco.

Segundo o Governador, o reforço destes rácios tem três objetivos: aumentar a solvência dos bancos, reforçar a confiança dos depositantes e fazer frente a imprevisto numa conjuntura económica em degradação.

A audição de Carlos Costa, no parlamento, começou pelas 15:00 e acontece no âmbito do terceiro exame da 'troika' ao acordo assinado o ano passado.

Esta audição esteve marcada para quarta-feira de manhã, mas o Governador adiou o encontro devido a motivos de saúde. Cancelei por "razões não graves, mas maçadoras", justificou Carlos Costa, no início da audição.