Número de desempregados inscritos subiu 19,8 por cento em março

Cristina Sambado, in RTP

No final do último mês, estavam inscritos nos Centros de Emprego do Continente e Regiões Autónomas 661.403 desempregados, um número que corresponde a 84,6 por cento de um total de pedidos de emprego. Este número representa um aumento de 19,8 por cento face ao mês de março de 2011 e de 2,1 em relação a fevereiro de 2012.

De acordo com o boletim “Informação Mensal do Mercado de Emprego”, ontem divulgado pelo Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP), “estas percentagens mostram, em números absolutos, acréscimos de, respetivamente, 109.542 e 13.385 desempregados”.

Este aumento do desemprego, e comparativamente a março de 2011, “afetou os dois géneros, penalizando mais os homens (+25,3 por cento) do que as mulheres (+15 por cento)”.

Numa análise por grupo etário conclui-se que “os jovens foram os que mais se ressentiram com o aumento do desemprego, +25,4 por cento face ao mesmo mês do ano anterior, correspondendo aos adultos um acréscimo de 19,1 por cento”.

“Comparando o tempo de inscrição em termos homólogos, o aumento do desemprego verificou-se, essencialmente, nos inscritos há mais de um ano (+31,6 por cento), enquanto os desempregados de longa duração se apresentavam com uma variação de +3,9 por cento”, pode ler-se no boletim “informação Mensal do Mercado de Emprego”.

Segundo o documento, “o aumento do volume de inscrições, nos últimos meses, continua a provocar o aumento do peso relativo ao desemprego de curta duração que se situou em 63,3 por cento do total, contra 36,7 por cento do desemprego de longa duração”.

Do número de inscritos, 92,5 por cento procuram um novo emprego, o que corresponde a um aumento de 19,9 por cento face ao mês de março de 2011.

Mais desempregados com curso superior

Em relação à habilitação escolar dos desempregados, “verificou-se um aumento do desemprego em todos os níveis de escolaridade”, com especial incidência nos mais elevados. No entanto, o boletim “informação Mensal do Mercado de Emprego” salienta um “acréscimo anual de 39,8 por cento nos desempregados com nível superior”.

O desemprego registou um aumento em todo as regiões do país, comparativamente ao mesmo mês do ano anterior, “destacando-se o acréscimo percentual mais elevado na Região Autónoma dos Açores (+52,2 por cento)”.

Em relação a fevereiro de 2012, o desemprego subiu em todas as regiões do país, “com exceção do Algarve, onde se verificou uma quebra de 1,9 por cento”.

Em dados apurados no Continente e tendo em conta as profissões dos desempregados, “confirma-se mais uma vez a elevada representividade do ‘pessoal dos serviços de proteção e segurança’ (78.923), ‘trabalhadores não qualificados dos serviços e comércio’ (73.376), dos ‘empregados de escritório’ (64.826), dos ‘operários e trabalhadores similares da indústria extrativa e construção civil’ (59.470) e dos trabalhadores não qualificados de minas, construção civil e indústria transformadora’ (55.414)”.

Estes cinco grupos profissionais representam, no seu conjunto, 52,8 por cento do total de desempregados inscritos nos centros de emprego no final do mês de março.

65.429 novos inscritos no mês de março

Ao longo do mês de março de 2012 inscreveram-se nos centros de emprego, 65.429 pessoas. “Este número é superior em 19,9 por cento ao verificado no mês homólogo de 2011 e em 8,6 por cento quando comparado com o do mês anterior”.

O principal motivo de inscrição de desempregados, que representa 34,4 por cento das inscrições realizadas no último mês, foi o “fim do trabalho permanente”; na segunda posição, com 21,9 por cento, surge o motivo “despedido”, que tem “aumentado o seu peso relativo no decorrer dos últimos meses”.

Já no que respeita à oferta de emprego no final do mês de março, o número de ofertas disponíveis “totalizou 9.296, valor inferior ao do mês homólogo de 2011 (-26,4 por cento), mas superior ao do mês anterior (+6,5 por cento)”.

Durante o último mês, os centros de emprego receberam 7.517 ofertas de emprego, “número inferior em 14,3 por cento quando comparado com o de março de 2011 e superior em 31,8 por cento quando comparado com o do mês anterior”.