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Luis Lima fala em cenário de "pré-colapso" Quase 40% dos casos concentram-se nas Áreas Metropolitanas de Lisboa e Porto.
O sector imobiliário ameaça colapsar. Só no primeiro trimestre deste ano foram entregues ao banco cerca de 2.300 imóveis, mais 74% do que nos primeiros três meses do ano passado, uma média de 25 casas por dia.
Os dados foram divulgados esta terça-feira pela Associação de Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária (APEMIP).
Em comunicado, a APEMIP avança ainda que no último mês foram entregues para pagamento 810 casas, tanto por parte de particulares como de promotores imobiliários. Quase 40% dos casos concentram-se nas Áreas Metropolitanas de Lisboa e Porto.
Também há menos casas em comercialização. No primeiro trimestre deste ano foram negociados cerca de 43 mil imóveis, menos 18% do que no mesmo período do ano passado.
Cenário de "pré-colapso"
Em declarações à Renascença, o presidente da APEMIP, Luís Lima, considera que os dados são “alarmantes” e diz ter vivido hoje um dia de enorme tristeza.
“Os dados do ano passado do incumprimento e da entrega de imóveis à banca já tinham sido complicados, tinha havido um aumento de 8%, tinha sido já bastante preocupante. Agora, 74% no primeiro trimestre deste ano, em relação ao ano passado, é um sinal de um quase pré-colapso do sector o imobiliário e da construção e com consequências que considero imprevisíveis”, alerta.
Luís Lima diz que outro factor acrescido de preocupação é o facto de o incumprimento ter aumentado em particular no Algarve e na Madeira.
“Dos oito maiores concelhos onde aumentou o incumprimento, quatro são do Algarve e dois são da Madeira”, sublinha o presidente da Associação de Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária.