Eva Gaspar, in Negócios on-line
No espaço de um ano, o peso do universo dos sem emprego cresceu três pontos percentuais. Dados de Março confirmam nova subida da taxa de desemprego em Portugal que é já a terceira mais alta da União Europeia.
A taxa de desemprego em Portugal voltou a agravar-se em Março, registando um novo recorde, ao atingir 15,3% da população activa, mais três décimas do que no mês anterior e 2,9 pontos percentuais acima do valor observado em Março de 2011.
De acordo com dados hoje divulgados pelo Eurostat, Portugal apresenta agora a terceira taxa de desemprego mais elevada da União Europeia, numa lista que continua a ser liderada por Espanha (24,1%), seguida da Grécia (21,7%), e que tem no outro extremo Áustria (4%) e Holanda (5%), com médias centradas em 10,2% (UE-27) e 10,9% (Zona Euro).
A subida do desemprego em Portugal voltou a ser transversal, mas a incidir sobretudo sobre os mais jovens. Entre os que têm menos de 25 anos, a taxa de desemprego passou entre Fevereiro e Março de 35,4% para 36,1% (o que compara com 27,6% um ano antes), sendo também a terceira mais expressiva da UE, depois dos mais de 50% que atinge jovens espanhóis e gregos.
Esta tendência de desemprego crescente não será invertida no curto prazo. O primeiro-ministro avisou ontem que os portugueses devem preparar-se para "pelo menos dois ou três anos" com "níveis de desemprego” recorde.
"A partir de 2013 tenderemos a absorver uma parte do desemprego, uma parte ainda pequena, e a partir de 2014 absorveremos uma fatia mais importante. Ou seja, temos que estar preparados para viver durante pelo menos dois ou três anos com níveis de desemprego a que não estávamos habituados, ele não vai desaparecer de um dia para o outro", disse Pedro Passos Coelho.