in Jornal de Notícias
A taxa de desemprego portuguesa atingiu os 14,9% da população ativa no primeiro trimestre de 2012, o nível mais alto de sempre, o que representa 819,3 mil pessoas sem trabalho. Simultaneamente, havia 203 mil pessoas em subemprego. A região do país onde o desemprego mais aumentou foi o Algarve.
Esta taxa de 14,9%, o valor mais alto de sempre, equivale a 819,3 mil trabalhadores no desemprego - mais 48,3 mil pessoas que no trimestre anterior e mais 130,4 mil pessoas do que no primeiro trimestre de 2011.
Simultaneamente, havia 203 mil pessoas em subemprego (pessoas que trabalham a tempo parcial mas gostariam de ter empregos a tempo inteiro), um aumento de 16,4 mil.
O INE regista ainda nas suas estatísticas do emprego os inativos disponíveis e desencorajados (pessoas disponíveis para trabalhar mas que não procuraram ativamente emprego). Havia 202 mil inativos disponíveis e 90,8 mil inativos desencorajados no primeiro trimestre deste ano.
A previsão do Governo para a taxa de desemprego média em 2012 é 14,5%, mas o ministro das Finanças anunciou uma revisão do método de previsão cujos resultados serão anunciados no início do próximo mês.
A taxa de desemprego aumentou apesar de a população ativa ter caído. A população ativa reduziu-se 0,5%em relação ao último trimestre de 2011, e 1,3% por comparação com o primeiro trimestre de 2011.
Ainda segundo o INE, havia no início do ano 4,7 milhões de pessoas empregadas em Portugal - uma redução de 4,2%, ou 203 mil trabalhadores, em relação ao início de 2011.
Esta redução no emprego explica-se sobretudo pela diminuição no número de homens a trabalhar (menos 131 mil); pela diminuição no número de jovens entre os 15 e os 34 anos empregados (menos 136 mil); e por uma redução muito forte no número de pessoas com escolaridade até ao nono ano (menos 276 mil).
A região do país onde o desemprego mais aumentou foi o Algarve - onde a taxa atingiu os 20%, nível inédito em Portugal.
Também o desemprego jovem (pessoas entre os 15 e os 24 anos) voltou a crescer, para 36,2 %.
Do fim de 2011 para o início de 2012, tanto a população ativa como a inativa diminuíram, o que pode ser explicável por fluxos migratórios.
Apesar de os dados das contas nacionais do INE para o primeiro trimestre de 2012 apontarem para uma recessão menos grave que o previsto, o desemprego voltou mesmo assim a aumentar.