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O secretário de Estado das Comunidades, José Cesário, disse hoje que globalmente o número de emigrantes portugueses tenderá a estagnar nos próximos anos, apesar do crescimento pontual registado para destinos como Angola, França e Suíça.
"A tendência é para estagnar. Embora haja estes crescimentos pontuais, globalmente o crescimento já não será significativo ou já não existirá mesmo", disse José Cesário à agência Lusa, reafirmando a estimativa de que nos últimos anos terão saído de Portugal entre 100 a 120 mil portugueses anualmente.
Suíça, Angola e França são atualmente os principais destinos de emigração portuguesa, segundo José Cesário, que considera ainda digno de nota o crescimento da emigração registado para a Alemanha, Holanda, Itália ou Reino Unido.
"Há um aumento muito grande da emigração portuguesa para Angola. Admitimos que em 2012 terão ido para Angola entre 25 mil e 30 mil portugueses”, mais cinco a 10 mil que no ano anterior, disse.
Para José Cesário, esse crescimento "é muito evidente" a partir das remessas de dinheiro para Portugal.
"Tem um crescimento brutal, é o maior crescimento em termos absolutos. De 147 milhões de euros que chegaram em 2011, este ano em novembro já tínhamos 244 milhões de euros, [no total do ano] quase vai duplicar o valor dessas remessas", adiantou.
O secretário de Estado considerou ainda "assinalável" o facto de as remessas de países como a França e a Suíça se manterem constantes.
"Isto significa que está a haver um aumento de emigração para estes países. Entre janeiro e novembro de 2012, entraram na Suíça 17.270 portugueses (…) é claramente a maior comunidade" no país, disse Cesário, citando números das autoridades suíças.
O responsável apontou ainda a emigração para Moçambique, estimando em 2.500 o número de portugueses que procuraram o país em 2012 e considerou que "evidencia um crescimento significativo" em relação ao ano anterior.
O governante adiantou ainda que a procura por países como o Canadá, o Brasil e os Estados Unidos "é muito elevada".
Confrontado com os números do Instituto Nacional de Estatística (INE), que na semana passada revelou que em 2011 saíram de Portugal 44 mil pessoas, José Cesário considerou que "tais valores nunca podem corresponder à realidade" porque resultam de inquéritos feitos em Portugal e não nos países que recebem as pessoas.
"Mantenho os números que tenho dado. Considerando que França, Suíça e Angola são os principais destinos, que temos na Alemanha e no Reino Unido ainda crescimentos significativos, continuo a atirar os números da emigração para as 100 mil a 120 mil pessoas anualmente", reafirmou José Cesário.
O secretário de Estado admitiu que os números poderiam até ser superiores se houvesse outra oferta de trabalho.
"Acho que há três ou quatro anos estava a emigrar mais gente", disse.