in TSF
O presidente da Assistência Médica Internacional (AMI) disse hoje que 26,4% dos 4.168 atendimentos feitos, em 2012, nos 16 equipamentos de apoio foram a crianças, número que em 2008 representava apenas 15%.
Fernando Nobre falava hoje numa audição realizada pelo grupo parlamentar do Partido Comunista Português (PCP), sob o tema "Crise, austeridade e aumento da pobreza infantil: realidades e saídas" onde foram ouvidos vários representantes da sociedade civil com o objetivo de encontrar soluções para o problema.
Na opinião do presidente da AMI, este aumento do número de atendimentos a crianças está relacionado com o aumento do desemprego, com a precariedade e os salários baixos, com os cortes nos subsídios, nomeadamente o Rendimento Social de Inserção (RSI).
Todos estes fatores, adiantou, fazem com que cada vez mais crianças vivam em pobreza e exclusão social.
Fernando Nobre alertou ainda que cada vez mais jovens ingressam cedo no mercado de trabalho com o objetivo de ajudar as famílias e defendeu que a saída está numa aposta no emprego, no reforço do subsídio de desemprego, no aumento do salário mínimo, no treino de aptidões e no reforço da integração profissional.
A Assistência Médica Internacional (AMI) ultrapassou, em 2012, a barreira das 15.000 pessoas apoiadas.
Dados provisórios relativos à ação social da AMI divulgados no inicio de janeiro apontam para um ligeiro aumento de pessoas apoiadas em 2012, que totalizaram 15.089, mais 152 do que em 2011.
A área da Grande Lisboa registou um aumento de utentes apoiados, passando de 6.827, em 2011, para 7.257, em 2012, enquanto no Grande Porto o sentido foi inverso: 5.993, em 2011, e 5.596, no ano seguinte.
Em termos nacionais, os centros Porta Amiga com maior frequência de população carenciada, no ano passado, foram o do Porto (3.499), Olaias (2.656) e Vila Nova de Gaia (2.097).
Os serviços mais solicitados pela população carenciada foram o fornecimento de géneros alimentares, o refeitório, apoio social, roupeiro e enfermagem.