23.1.13

Subida da mortalidade infantil relacionada com baixo peso dos bebés

in RR

Direcção-Geral de Saúde concluiu que este aumento verificou-se unicamente nos bebés até aos 28 dias de vida. Especialista acredita que o sítio onde os bebés nascem pode fazer a diferença entre a vida e a morte.

A Direcção-Geral da Saúde (DGS) acredita que a prematuridade e o baixo peso podem explicar o aumento da mortalidade infantil de 2010 para 2011. Segundo os mais recentes dados, subiu de 2,5 para 3,1 o número de óbitos por cada mil nascimentos.

No comunicado agora divulgado, a DGS explica que esta subida fica a dever-se, unicamente, ao aumento da mortalidade neonatal, ou seja, quando as crianças morrem até completarem 28 dias de vida.

“No conjunto, morreram 167 crianças que nasceram com menos de dois quilos e meio. Estamos perante um fenómeno de mortalidade neonatal sobretudo em crianças que nascem com muito baixo peso”, explica o director geral, Francisco George.

Nestas declarações à Renascença, Francisco George lembra que houve “uma redução da mortalidade fetal, isto é, das mortes de crianças ainda no útero, o que faz perceber que há mais reanimação de crianças quando nascem com muitos problemas e sem sinais vitais e que essas crianças, depois, em termos de comparação com anos anteriores, vieram a morrer, sobretudo a partir do segundo dia de vida”.

“Estamos perante um problema que outros países na Europa já viveram e que nós temos que compreender. Vamos discutir estes assuntos com especialistas em obstetrícia, em pediatria, nomeadamente em neonatalogia mas também com os médicos especialistas em procriação medicamente assistida”, reconheceu Francisco George, apesar de considerar que os números de mortalidade infantil continuam em níveis muito reduzidos.

O director do serviço de Neonatologia do Hospital de Santa Maria, Carlos Moniz, concorda que qualquer aumento da mortalidade deve ser investigado, embora considera natural haver algumas oscilações nos números.

Carlos Moniz lembra que os médicos têm hoje meios técnicos e humanos que permitem salvar bebés cada vez mais pequenos, o que aumenta o risco de mortalidade, mas alerta para uma realidade: o sítio onde estas crianças nascem pode significar a diferença entre a vida e a morte.

“Há hospitais que eventualmente não terão condições para que estas crianças nasçam lá e se nascerem lá, provavelmente, o transporte pode eventualmente prejudicar o sucesso”.