in RR
Eugénio Rosa acrescenta aos números oficiais pessoas que já não procuram emprego ou vivem de pequenos biscates.
No fim do ano Portugal deverá ter mais de milhão e meio de desempregados, segundo previsão do economista Eugénio Rosa.
Com base na estimativa de desemprego oficial apontada esta sexta-feira pelo ministro das Finanças, Vitor Gaspar, na apresentação dos resultados da sétima avaliação da “troika”, o economista fez as contas e concluiu que no final de 2013, a taxa de desemprego real será superior a 27% e as pessoas sem trabalho serão mais de um milhão e quinhentas mil.
“O que ele [Vítor Gaspar] disse foi que no fim de 2013 o Governo prevê uma taxa de desemprego oficial de 19% e isto corresponde a um milhão e 36 mil desempregados, mas há muitos desempregados que não estão nas estatísticas oficiais. No período em que se fez o inquérito não procuraram emprego ou desempregados que fizeram pequenos biscates. Se nós somarmos estes números aos números previstos pelo ministro das Finanças que no fim de 2013 o desemprego deverá atingir um milhão 577 mil portugueses, o que corresponde a uma taxa efectiva de desemprego de 27,2%”, disse.
Eugénio Rosa considera que a situação é dramática, tanto mais que o ministro não apresentou medidas que promovam o investimento e criem emprego. Além de tudo, só um quarto dos desempregados tem acesso a subsídio. Perdem todos: os cidadãos, o Estado e a Segurança Social.
“Grande parte das empresas não aguentam isto e representa mais desemprego. São empresas destruídas e trabalhadores que são lançados no desemprego. Isto cria problemas de sustentabilidade financeira para a Segurança Social e para o próprio Estado. O problema do défice vai-se agravar”, acrescenta.
O economista acrescenta que apesar de apenas um em cada quatro portugueses receber o subsídio de desemprego, em 2012 gastou-se 2.5 mil milhões de euros.