João Silvestre, in Expresso
O Banco de Portugal conclui que o crescimento será de apenas 0,3%. Basta que as exportações abrandem para cair na recessão.
Tiago Miranda O resultado do Banco de Portugal, liderado por Carlos Costa, deve ser lido com algumas cautelas já que foi obtido com base em hipóteses
Um corte na despesa de 2500 milhões de euros, repartidos em partes iguais entre salários e prestações sociais, reduz a previsão de crescimento em 2014 de 1,1% para 0,3%.
Os cálculos são do Banco de Portugal (BdP) que, embora não incorpore medidas que não estão suficientemente detalhadas e aprovadas nas suas previsões, decidiu agora avaliar o impacto dos cortes na despesa.
Este corte de 1,5% do PIB deixa a economia praticamente estagnada e pode facilmente cair novamente na recessão caso as exportações cresçam menos. O BdP calcula que cada ponto percentual a menos de crescimento das exportações - que o banco espera que seja de 4,3% - reduza o crescimento em 0,2 pontos percentuais.
Estes resultados devem ser lidos com algumas cautelas já que foi obtido com base em hipóteses e não com base em medidas concretas. Basta que repartição dos cortes seja diferente ou que iguais cortes sejam obtidos de forma diferente (com diferentes alterações em termos nominais e reais), para que os efeitos sejam diferentes.