in Jornal de Notícias
O arcebispo de Braga manifestou-se preocupado com o desemprego em Portugal, sobretudo o jovem, parafraseando o Papa João Paulo II para considerar que o fenómeno "deve ser tratado como uma tragédia e não como estatística económica".
"Os números são bastante claros: Portugal atingiu quase um milhão de desempregados e, desses, 40% são jovens. Contudo, o Papa João Paulo II considerava, com razão, que o desemprego do homem deve ser tratado como uma tragédia e não como estatística económica", referiu Jorge Ortiga, na homilia da missa dominical, na Sé de Braga.
Sendo hoje o Dia Mundial da Juventude, Jorge Ortiga dirigiu-se de uma forma especial aos mais novos, enfatizando o problema do desemprego jovem mas exortando-os a não baixarem os braços.
"É proibido desistir", vincou.
Mesmo reconhecendo que "é um facto que as coisas estão más", o prelado sublinhou que "custa ver tanta gente nova a desistir de lutar por um futuro melhor".
"Nos últimos tempos, parece que a esperança tem dado lugar ao desânimo na agenda de muitos jovens", disse ainda.
Para Jorge Ortiga, "numa sociedade tão cansada de promessas políticas, repleta de palavras gastas e esgotada de teorias utópicas, são gestos alternativos como os que o papa Francisco está a operar que conferem toda a esperança, tornando-se numa referência social".
Defendeu que é necessário construir uma nova sociedade, "na qual as pessoas passam da periferia para o centro de decisão", uma nova identidade humana, "privilegiando os mais fracos, os mais pobres e os mais pequeninos", e uma nova religião, "que prefere a caridade à lei, para reconstruir a Igreja".