in Jornal de Notícias
A diferença na taxa de desemprego entre o norte e o sul da zona euro atingiu os 10%, em 2012, um valor recorde, tendo Portugal registado a quinta maior quebra no emprego, indicou a Comissão Europeia esta terça-feira.
De acordo com o relatório do executivo comunitário sobre o emprego e a situação social na União Europeia (UE), divulgado esta terça-feira, "a disparidade no desemprego entre o sul/periferia e o norte da zona do euro atingiu uma diferença sem precedentes de 10 pontos percentuais em 2012".
No ano passado, o emprego caiu em 13 Estados-membros da UE e cresceu em oito, com as maiores quebras a serem registadas na Grécia (-6,5%), na Bulgária (-4,9%), em Chipre (-4,8%), em Espanha (-4,5%) e em Portugal (-4,3%), enquanto a Alemanha (0,8%), o Reino Unido (1,8%), a Roménia (3,5%) e a República Checa (0,8%) lideraram as subidas.
Na UE, o emprego total baixou 0,4% em 2012, tendo sido registada uma evolução positiva apenas no trabalho a tempo parcial.
No que respeita ao desemprego de longa duração na UE, afetava 11,2 milhões de cidadãos no terceiro trimestre de 2012, 86% acima do valor registado quatro anos antes e o equivalente a 4,6% da população ativa.
A Comissão Europeia estima que o desemprego de longa duração que, no terceiro trimestre de 2012 atingiu 7,1 % da população jovem ativa (contra 6,3 % um ano antes), "continue a aumentar nos próximos meses".
Cerca de 8 milhões de jovens com menos de 25 anos não trabalhavam, não estudavam, nem frequentavam qualquer formação, segundo os dados divulgados.
O executivo comunitário refere ainda que "a contenção dos orçamentos públicos afetou negativamente o emprego, tanto diretamente, através da redução do emprego no setor público, como indiretamente, através da redução da procura macroeconómica agregada".
As alterações aos sistemas fiscais e das prestações sociais, bem como as reduções salariais do setor público "levaram a importantes reduções do rendimento real das famílias, exercendo uma forte pressão sobre o nível de vida das famílias com baixos rendimentos", acrescenta Bruxelas.