1.7.14

"Se não fosse Espanha a dar trabalho, morria tudo de fome"

Por Notícias Ao Minuto

Há muito que Vila Real de Santo António deixou de ser uma região de fábricas de conservas de peixe. As operárias viram-se obrigadas a procurar emprego em Espanha, que, confessam, é a solução que evita que passem “fome”. Isla Cristina, em Andaluzia, é um dos polos de atividade, como conta o Público deste domingo.

“Se não fosse a Espanha a oferecer trabalho, morria tudo de fome”. É esta a reação de uma operária da indústria conserveira quando confrontada com a necessidade de deitar mãos ao trabalho no país vizinho, no seguimento do fecho das fábricas existentes deste lado da fronteira.
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Manuela Viegas, ouvida pelo Público, vive em Monte Gordo e desloca-se todos os dias a Isla Cristina, em Andaluzia (Espanha), onde trabalha numa fábrica de conservas de peixe.

Em tempos, também Vila Real de Santo António tinha sediadas várias empresas com a mesma atividade, que dinamizavam a região. “Agora, restam duas fábricas em Olhão. Uma miséria”, lamenta.

“A Espanha cobra uma taxa única de 8% do IVA no turismo. Em Portugal, paga-se 6% no alojamento, mas no setor da alimentação e bebidas paga-se 23%. Estamos a competir em condições de desigualdade”, disse ao Público o presidente da Associação dos Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve, explicando a fuga de vários empresários para Espanha.