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O relatório do FMI prevê que PIB da zona euro cai 8,3% em 2020 e cresce 5,2% no próximo ano.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) considera que a pandemia de covid-19 “reverterá os progressos feitos desde os anos 1990” em termos de redução de pobreza, e aumentará a “desigualdade”, segundo as Previsões Económicas Mundiais.
“A pandemia vai reverter o progresso feito desde os anos 1990 em termos de redução da pobreza mundial e vai aumentar a desigualdade”, lê-se no documento da instituição financeira internacional. Segundo o FMI, depois de uma recuperação dos efeitos da pandemia em 2021, “o crescimento mundial deverá abrandar gradualmente para cerca de 3,5% no médio prazo”, numa assunção que compara com o crescimento projetado antes da pandemia para o período 2020-2025.
A pandemia foi “um revés significativo para a melhoria esperada no nível médio de vida em todos os grupos de países”, tanto economias desenvolvidas como em desenvolvimento, afirma o FMI. A instituição assinala que “as pessoas que dependem do seu salário diário e estão fora das redes de apoio formais enfrentaram perdas de rendimento súbitas quando foram impostas restrições à mobilidade”, incluindo os trabalhadores migrantes.
O FMI lembra que o stock das dívidas públicas mundiais vai aumentar de forma “significativa”, e que as menores contribuições fiscais irão dificultar o serviço de dívida dos soberanos. Os riscos para as previsões do FMI, que espera uma queda da economia mundial de 4,4% em 2020, são “anormalmente grandes” em ano de pandemia, segundo o documento. Uma primeira camada [dos riscos] relaciona-se com o caminho da pandemia, a necessária resposta da saúde pública, e as disrupções à atividade doméstica associadas, nomeadamente em setores de contacto intensivo”, sinaliza o FMI.
Uma outra fonte de incerteza “é a extensão dos alastramentos mundiais provenientes da baixa procura, turismo mais fraco e menos remessas”, assinala a instituição liderada por Kristalina Georgieva. O fundo aponta ainda para o sentimento dos mercados financeiros e as suas implicações para os fluxos de capitais mundiais, e ainda para a incerteza ao potencial da oferta, “que vai depender da persistência do choque pandémico, o tamanho e a eficácia das respostas políticas e a extensão das falhas nos recursos”.
Previsões para a zona euro mais otimistas
Também neste relatório, o FMI atualiza as previsões para a evolução do Produto Interno Bruto (PIB) da zona euro, que estima cair 8,3% em 2020, mas recuperar e subir 5,2% em 2021.
Esta previsão representa uma melhoria face à realizada em junho, em que se avançava para uma queda da economia da zona euro na ordem dos 10,2% Para 2021, a instituição financeira sediada em Washington tinha sinalizado, em junho, um crescimento de 6%.
Relativamente ao desemprego, o FMI estima uma taxa de 8,9% em 2020 e uma subida para 9,1% em 2021. Já a inflação deverá ser de 0,4% em 2020 e de 0,9% em 2021, depois de ter sido de 1,2% em 2019.