in O Primeiro de Janeiro
O Banco Central Europeu deve manter a taxa de referência nos 4,25 por cento apesar da subida da Euribor registada no dia de ontem. Um dia antes da reunião do Banco Central Europeu (BCE), que decide se mantém o valor da taxa de referência nos 4,99 por cento, a taxa de juro de mercado europeia a seis meses, Euribor 6M, atingiu ontem um novo máximo dos últimos oito anos.
A maioria dos empréstimos à habitação em Portugal encontram-se indexados à Euribor (a três e seis meses), pelo que um eventual aumento das taxas se traduz no encarecimento das prestações das casas, afectando a generalidade das famílias portuguesas. Contudo, este cenário - aumento da taxa - não deverá ser equacionado pelo BCE.
Ontem, a Euribor 6M atingiu o valor mais alto desde Novembro de 2000, nos 5,166 por cento, depois de na passada segunda-feira a Euribor 3M ter também batido um máximo de quase oito anos, ao fixar-se nos 4,97 por cento.
A reunião do BCE está agendada para hoje, mas a generalidade dos analistas espera uma manutenção da taxa de referência nos 4,25 por cento, aguardando que o BCE dê sinais de maior preocupação com o abrandamento económico, mantendo, contudo, o discurso de necessidade de monitorizar os perigos de pressões inflacionistas.
Os futuros sobre a Euribor apontam para a manutenção da tendência de alta no preço do dinheiro, com taxas nos 4,99 por cento em Setembro e para valores já acima dos 5,0 por cento em Dezembro. Em Março de 2009, os futuros já admitem uma correcção em baixa, para os 4,67 por cento.
Tudo devido à crise dos créditos de baixo risco imobiliário que se vive nos Estados Unidos. Habitação. Decisão do Banco Central Europeu não deverá ditar aumento nas prestações do crédito para a habitação.