Eduarda Ferreira*, *com agências, in Jornal de Notícias
Um infecciologista de Paris ajuda alguns dos seus pacientes com sida, preenchendo as covas de magreza no rosto e em outras zonas do corpo onde a falta de gordura causa desconforto. A ideia é também apagar o estigma.
Um dos efeitos secundários dos medicamentos anti-retrovirais, sobretudo os da primeira geração, consiste numa distribuição desigual da gordura pelo organismo. Isso faz com que a gordura se possa acumular na barriga ou na zona superior do dorso e quase desapareça dos membros superiores e inferiores, das plantas dos pés e das nádegas, tornando doloroso ao doente com sida caminhar ou estar sentado. O rosto é também uma das zonas do corpo mais marcadas pela ausência de gordura.
Para ajudar os seus doentes seropositivos, um médico francês dedidiu utilizar técnicas de preenchimento através de injecções de um material usado na cirurgia estética. São os especialistas nesta área, dermatólogos e infecciologistas (estes últimos colegas do dr. Arnaud Blanc) quem procede aos preenchimentos em regime ambulatório.
Este tipo de ajudas vem sendo reclamado pelas associações de doentes em França e noutros países desenvolvidos. Mas, ainda que estas questões possam estar presentes em comunicações técnicas, a XVII Conferência Internacional sobre a sida, que ontem começou na Cidade do México, vai está mais centrada nas formas de estacar a evolução da epidemia no Mundo.
Os balanços regionais e nacionais que vêm sendo feitos a propósito desta cimeira sobre a doença vieram revelar que, em países como os Estados Unidos, a epidemia não recuou tanto como seria expectável. O centro de controlo e prevenção das doenças norte-americano acabou de revelar que falhou nas suas estimativas. Em relação ao ano de 2006, o desvio foi enorme, de cerca de 40%: as autoridades sanitárias esperavam 40 mil novos casos e, afinal, mais 56.300 pessoas foram infectadas.
Os números indicam também que sobretudo a comunidade "gay" não está a ter em conta medidas preventivas.