in Público on-line
O presidente da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP), João Vieira Lopes, defendeu hoje ser “impossível” para os comerciantes suportar campanhas de promoção como a realizada pela cadeia de supermercados Pingo Doce na terça-feira.
Segundo Vieira Lopes, este custo foi suportado pelos industriais ou configura uma ilegalidade: “Daquilo que se tem conhecimento, é impossível ter margens para suportar este tipo de promoção. Foram os industriais que a suportaram ou configura uma ilegalidade. Compete à ASAE fiscalizar”, disse o responsável à saída de uma reunião do Conselho Económico e Social (CES).
O presidente da CCP salientou que, além das questões sobre a legalidade da campanha, considera “infeliz” toda esta acção e os incidentes provocados e defendeu que, em termos de diálogo social, campanhas de promoção no Dia do Trabalhador não são benéficas.
Sobre o aumento para 15,3% da taxa de desemprego em Portugal em Março, hoje avançado pelo Eurostat, Vieira Lopes disse estar preocupado, mas não se mostrou surpreendido: “Quando foi aprovado o Orçamento do Estado para este ano a CCP disse que íamos chegar a um milhão de desempregados”.
No que diz respeito ao combate à fraude e evasão fiscais, o tema de hoje da reunião do CES, Vieira Lopes disse que o Governo não adiantou “nada de novo” face ao plano apresentado em Outubro do ano passado.
“Ficámos com a ideia que o Governo está a fazer um esforço nesse sentido mas não há nada de novo”, disse.
A CCP apresentou durante a reunião duas propostas ao Governo para recuperação de dívidas das empresas e para compensação de créditos do Estado com dívidas fiscais.
O Governo ficou de analisar ambas as propostas mas em relação às dívidas, segundo a CCP, não apresentou grande abertura.