in Público on-line
A crise na zona Euro está para durar e só pode piorar se a resposta às situações de emergência, como a Grécia, forem tão demoradas quanto têm sido até aqui. Quem o diz são dois políticos de peso, o primeiro-ministro francês e o ministro alemão das finanças. Cada um, pelo seu lado, deram a entender nesta sexta-feira, que a Europa continua longe de uma solução.
O líder do novo Executivo francês, Jean-Marc Ayrault, defendeu nesta sexta-feira que Bruxelas deve recorrer a fundos estruturais que não foram usados para financiar o crescimento económico. "Esperámos demasiado tempo até ajudarmos a Grécia", criticou Ayrault, nesta manhã, de acordo com afirmações difundidas pela agência britânica Reuters.
"Isto tem durado demais e só pode piorar", terá acrescentado o primeiro-ministro da França, país que defende a existência de um pacto para o crescimento na Europa, sem o qual não haverá aprovação do tratado de disciplina orçamental, que impõe um controlo apertado do défice público (limite até 0,5% do PIB).
O ministro alemão das Finanças, Wolfgang Schäuble, afirmou por seu lado, nesta sexta-feira, que a instabilidade na zona euro poderá durar mais dois anos. Falando à rádio francesa Europe 1, na sequência da queda das bolsas asiáticas, que encerraram na última noite com o índice Nikkei a resvalar 2,99%, o governante alemão disse que "em 12 a 24 meses veremos uma acalmia nos mercados financeiros".
Schäuble lançou ainda um alerta aos eleitores gregos, para que não acreditem nos líderes políticos que prometem a renegociação da dívida grega. "Nós defendemos a permanência da Grécia no euro, mas isso pressupõe que a Grécia cumpra as suas responsabilidades".