11.5.12

Portugal entre os cinco países da OCDE onde o emprego mais recuou

in Jornal de Notícias

Portugal é o 5.º país da OCDE onde a taxa de emprego mais caiu desde o início da crise, recuando 5,5 pontos percentuais entre o segundo trimestre de 2008 e fins de 2011.

De acordo com dados hoje divulgados pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), a taxa de emprego (proporção de pessoas empregadas entre os 15 e os 64 anos) em Portugal passou de 68,5% no segundo trimestre de 2008 para 63% no quarto trimestre de 2011.

A Irlanda, com um recuo de 9,1 pontos percentuais, a Grécia, com menos 8,2 pontos percentuais, a Espanha, com menos 8,1 pontos percentuais, e a Islândia, com menos 5,8 pontos percentuais, foram os países da OCDE onde a taxa de emprego mais regrediu.

Segundo a OCDE, Portugal surge também no grupo de países -- a par da Dinamarca, Grécia e Islândia - onde a taxa de emprego entre os jovens (com 15 a 24 anos) diminuiu 10 ou mais pontos percentuais desde o início da crise.

No caso da Irlanda e de Espanha, este recuo foi superior a 15 pontos percentuais.

Globalmente, a taxa de emprego nos países da organização fixou-se nos 64,9% no quarto trimestre do ano passado, menos 1,6 pontos percentuais do que os 66,5% registados no segundo trimestre de 2008.

No total, no ultimo trimestre de 2011 havia 528 milhões de pessoas empregadas na área da OCDE, menos dois milhões do que no início da crise.

Neste período, a população em idade ativa aumentou em 17 milhões de pessoas, os desempregados progrediram em 13 milhões e a população inativa subiu seis milhões.

Segundo os dados divulgados, há "grandes disparidades" na evolução das taxas de emprego nos vários países da OCDE desde o início da crise: se a taxa de emprego caiu 1,7 pontos percentuais na União Europeia e 1,9 pontos percentuais no Canadá, recuou 4,5 pontos percentuais nos EUA e oito ou mais pontos percentuais na Grécia, Irlanda e Espanha.

Já na Austrália, Áustria, Bélgica, República Checa, França, Hungria, Japão, México e Suécia os recuos ficaram abaixo de um ponto percentual.

Apenas o Chile, a Turquia e a Alemanha registaram no final de 2011 taxas de emprego "significativamente mais altas" do que início da crise, com progressos de 4,2, 3,8 e 3,4 pontos percentuais, respetivamente.

A OCDE destaca ainda que, em todos os países da organização, a crise no emprego "está a afetar mais severamente os homens do que as mulheres e mais os jovens (entre os 15 e os 24 anos) do que o grupo entre os 25 e os 54 anos".

"Desde o início da crise, a taxa de emprego na área da OCDE caiu 2,6 pontos percentuais nos homens e apenas 0,7 pontos percentuais nas mulheres. Entre os jovens, a taxa de emprego contraiu-se em 3,3 pontos percentuais, o que compara com o recuo de 1,7 pontos percentuais do grupo entre os 25 e os 54 anos", refere.