7.1.13

Nascimentos prematuros podem explicar tendência, numa realidade assimétrica

Por Marta F. Reis,in iOnline

Em linha com a queda geral nos nascimentos, em 2011 houve menos 562 bebés prematuros no país


Uma das explicações esboçadas pela Direcção-geral da Saúde em Novembro era de que o ligeiro aumento nacional na mortalidade das crianças até às 28 semanas poderia estar relacionada com mais casos de recém-nascidos prematuros.

Os novos dados compilados pelas administrações regionais de saúde mostram que o peso dos prematuros continua a aumentar, embora também em 2011 tenha diminuído em linha com os restantes nascimentos. Segundo a plataforma mort@lidades.infantil, que não inclui dados para a Madeira e os Açores, em 2011 houve menos 562 prematuros no país, num total de 6890. Foi o número mais baixo desde 2005, quando em 2008 foram perto de nove mil.

A explicação é fácil de encontrar: 2011 foi o ano com menos nascimentos de sempre do país – no continente foram 91 mil e em todo o território 97 mil. O ano passado, apenas com dados preliminares disponíveis, bateu de novo o recorde, com uma estimativa de 90 026 nascimentos avançada há dias à Lusa pela Unidade de Rastreio Neonatal do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge.

Ainda assim, se em número estão em queda, o peso crescente dos prematuros é evidente mas também assimétrico de Norte a Sul do país. Em 2011 a percentagem de crianças nascidas no continente antes das 37 semanas de gravidez fixou-se nos 7,5% contra 5,9% no ano 2000.

Se em zonas pobres em nascimentos como é o caso do Agrupamento de Centros de Saúde do Alentejo Central I (Alandroal, Arraiolos, Borba, Estremoz, Mora, Redondo e Vila Viçosa) ou Sotavento (Alcoutim, Castro Marim, Tavira e Vila Real de Santo António) ainda se encontram percentagens de prematuros na casa dos 5%, em cinco sub-regiões passam a fasquia dos 9%, o que permite chegar à contabilidade genérica de que quase uma em cada dez crianças nasce antes do tempo.

Curiosamente neste top 5 surge em força o distrito de Coimbra, com os ACES Baixo Mondego I e II, entretanto fundidos. O recorde de prematuros, de 10,1%, pertenceu contudo, em 2011, ao Agrupamento de Centros de Saúde do Alto Ave (Guimarães/Vizela).

Mais dados Depois desta ferramenta, as ARS querem generalizar a nível nacional a morbilid@des.hospitalar, com informação sobre motivos de internamentos e mortalidade por região. Para já, só a Administração Regional de Saúde Norte fez a experiência.