in Ecclesia
Bispo sadino decidiu abrir salão da Cúria Diocesana para acolher população em necessidade
Setúbal, 06 Mai 2020 (ECCLESIA) – O presidente da Cáritas Diocesana de Setúbal disse hoje à Agência ECCLESIA que a pandemia de Covid-19 fez subir “em cerca de 150%” o número de sem-abrigo na cidade.
Como “muitas pessoas viviam em casas degradadas e abandonadas”, o medo de contágio instalou-se e “muitos recorreram à Cáritas a pedir ajuda”, referiu Domingos Sousa.
Devido a este aumento, o bispo de Setúbal, D. José Ornelas, “cedeu o salão da Cúria, onde estão instaladas camas” para apoiar os sem-abrigo.
Atualmente, no local estão “cerca de 20 pessoas” que recebem apoio nas dormidas, comida, banhos e roupa, explicou o presidente da Cáritas de Setúbal.
Domingos Sousa destaca que a região de Setúbal tem “particularidades próprias”, porque as pessoas “dependem muito dos postos de trabalho” e quando surge uma crise “os reflexos são notórios”.
A pandemia criou uma “explosão de problemas”, todavia a Cáritas e outras instituições “não desistem de ajudar estas pessoas mais frágeis”, salienta o dirigente daquele organismo da Igreja Católica.
Na Diocese de Setúbal há zonas “mais pobres e mais vulneráveis a estas alterações” que “colocam no desemprego, puro e duro, todas as pessoas com trabalho precário e são muitas”.
O refeitório social “tem tido uma procura muito elevada”, referiu Domingos Sousa, que destaca a grande “adesão dos jovens” na ajuda aos mais carenciados.
A adesão da “camada populacional mais juvenil” tem sido “uma riqueza enorme” porque “rejuvenesce os grupos de ajuda”, frisou.
Este ano, devido ao confinamento, o peditório anual da Cáritas não se realizou, o que causou uma “diminuição de verbas” para apoiar os mais frágeis.
Domingos Sousa apela “às pessoas de boa vontade” que ajudem e “sejam sensíveis aos problemas que a crise trouxe à população desfavorecida”.
“Muitas são as instituições sócio caritativas e grupos de voluntariado” que têm procurado dar resposta às necessidades das famílias, promovendo angariações de bens essenciais, em especial alimentação.
Em carta dirigida ao clero, D. José Ornelas pede que as pessoas “sejam sensíveis a quem sofre, como Jesus diante da multidão faminta” e que todos busquem, “com diligência e generosidade, os meios de multiplicar e partilhar o pão para quem precisa”.
LFS/OC