2.12.22

Esperança média de vida baixou 0,6 meses nos últimos três anos

Samuel Silva, in Público

Uma pessoa em Portugal pode viver, em média, até aos 84,3 anos. É o segundo triénio consecutivo em que o indicador desce, em parte devido ao aumento da mortalidade justificado pela pandemia.

A esperança de vida aos 65 anos fixou-se em 19,30 anos entre 2020 e 2022. Ou seja, uma pessoa em Portugal pode viver, em média, até aos 84,3 anos. Este indicador, revelado esta terça-feira no portal do Instituto Nacional de Estatísticas (INE), corresponde a uma redução de menos de um mês (0,6 meses) relativamente ao triénio anterior.

Este é o segundo triénio consecutivo em que a esperança média de vida desce, de acordo com o INE, o que em parte é explicado pelo aumento da mortalidade devido à covid-19. A esperança média de vida em Portugal tem aumentado constantemente nas últimas décadas. O novo coronavírus veio interromper esse ciclo de melhoria deste indicador. A esperança de vida aos 65 anos, que foi estimada em 19,35 anos no triénio 2019-2021, ou seja, menos 4,1 meses do que no triénio anterior.

O indicador de esperança de vida aos 65 anos mede o número médio de anos que uma pessoa que atinja a idade exacta de 65 anos pode esperar ainda viver. Ou seja, actualmente um português pode esperar viver, em média, até aos 84,3 anos.

Esta é ainda a estimativa provisória da esperança de vida aos 65 anos. Este valor é apurado anualmente pelo INE e divulgado em Novembro, sendo usado para efeitos de determinação da idade de acesso à reforma e ao factor de sustentabilidade do regime geral de segurança social.

Os dados mais completos, desagregados por sexos e por região, por exemplo, só são publicados mais tarde. O relatório mais recente saiu há dois meses e mostram que, no triénio 2019-2021, o número médio de anos que uma pessoa pode esperar viver à nascença é agora de 80,72 anos, contra os 81,06 do triénio anterior.

A diminuição foi mais expressiva no caso dos homens. Estes podem esperar viver 77,67 anos em média, isto é, menos 4,8 meses do que nos três anos anteriores. No caso das mulheres, a redução foi de 3,6 meses, fixando-se agora a sua esperança média de vida à nascença nos 83,37 anos.

Esta variação está directamente associada ao aumento do número de óbitos no contexto da pandemia. Apesar do recuo na expectativa de vida ser transversal às diferentes regiões do continente, o Alentejo, uma das regiões mais envelhecidas, surgia nesse relatório como aquela que apresenta a maior redução na esperança de vida aos 65 anos: cerca de sete meses. Em sentido contrário, na Região Autónoma da Madeira aquele valor aumentou, ainda que apenas em cerca de meio mês.