16.4.12

ARESP fala em centenas de encerramentos no primeiro trimestre

in TSF

A associação que representa o sector da restauração diz que em maio, quando o Estado cobrar o IVA, vai ser o descalabro. Para já, findo o primeiro trimestre, os fechos foram às centenas.

No primeiro semestre deste ano fecharam centenas de micro e pequenas empresas, no sector da restauração e similares, por mês, mas o secretário-geral da ARESP, José Manuel Esteves, prevê um cenário ainda pior no futuro.

«Não há números mas são aos milhares aqueles [estabelecimentos] que vão encerrar até ao final deste ano e no próximo ano vai ser pior», alertou.

Em declarações à TSF, José Manuel Esteves fala num cenário muito negro, mas salienta que é impossível avançar com números concretos porque há muitos encerramentos silenciosos.

«Estabelecimentos que encerram e não declaram a sua insolvência, micro e pequenos estabelecimentos que fecham portas e não cessam de imediato a sua atividade», explicou.

Ainda que sem números concretos, o secretário-geral da ARESP diz que é possível traçar um perfil dos estabelecimentos que mais vão sentir o aumento do IVA na primeira quinzena de maio.

«São mais na área dos restaurantes e das pastelarias tradicionais, sobretudo aqueles com mais anos, alguns até com décadas de funcionamento, porque são os que estão com a sua micro e pequena gestão menos preparados», destacou José Manuel Esteves.

O secretário-geral da ARESP fala numa catástrofe que ninguém parece disposto a parar.

«Não há solução porque o que eles precisam é de tesouraria. Já ouviu falar em haver financiamentos para as micro e pequenas empresas? É uma coisa que ninguém faz. Não é o custo dessa tesouraria ser incomportável, é que ele não está disponível. Nem a banca assume riscos de emprestar dinheiro, neste momento, às micro e pequenas empresas mas esquecendo que são elas o sustentáculo da empregabilidade portuguesa», afirmou

«E é esta falta de visão, ao ter-se tomado esta atitude impensada de majorar a taxa de IVA em 77 por cento, que vai levar a esta catástrofe», concluiu José Manuel Esteves.