in Jornal de Notícias
A rede europeia de emprego EURES, o IEFP e a agência escocesa para recrutamento de estrangeiros levaram 300 candidatos a 50 vagas de engenharia naquele país, numa mostra de emprego no Porto.
O evento, à semelhança de muitos outros que têm ocorrido desde 1993, como explicou à Lusa o delegado regional do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP), César Ferreira, tinha por objetivo expor as dezenas de ofertas nas áreas de engenharia em território escocês e foram 300 os selecionados para a mostra.
Fiona Buchanan, da agência Talent Scotland, afirmou que as energias renováveis são um dos principais negócios em expansão naquele país, onde as empresas precisam de pessoas com disponibilidade imediata acima de tudo, estando até dispostas a dar formação posterior aos candidatos aceites.
Desde a Repsol à EDP Renováveis na Escócia, foram várias as companhias a mostrar as ofertas existentes aos candidatos nacionais, numa sala repleta de interessados no Porto, entre os quais Hélder Reis, engenheiro eletrotécnico, vindo de Lisboa de propósito para o evento: "Para quem vai para a Escócia vir ao Porto não é nada", disse à Lusa este candidato de 47 anos, desempregado desde outubro, o que não impede um sorriso nos lábios.
Andreia Esteves, de 37 anos, é licenciada em Engenharia Química e está disponível para se mudar até à Austrália na busca por emprego, considerando que, em Portugal, "querem galinha gorda por pouco dinheiro", exigindo muito, mas recompensando pouco num país reduzido a "tarefeiros".
"O último emprego que tive foi no Malawi, na Mota-Engil. Estávamos a trabalhar numa mina, na extração dos minérios, de urânio. Depois, o meu contrato não foi renovado e estou à procura de emprego", contou Tiago Ferreira, portuense de 43 anos, que já passou muitos anos na indústria automóvel em Inglaterra, para onde gostava de voltar.
João Cabral tem 23 anos e visita o evento no CACE Cultural do Porto acompanhado pela companheira, estando a terminar o mestrado em Engenharia Industrial com a consciência de que o mercado nacional "está muito mais fechado" do que antes e que os empregadores "cada vez pedem mais e melhor".