Texto Miguel Marujo, in Fátima Missionária
Estados da União Europeia comprometeram-se em combater a exclusão social com o objetivo europeu de redução da pobreza. A meta era retirar 20 milhões de pessoas desta situação até 2020. Mas desrespeitaram o compromisso
A Europa deve dar dinheiro para «reduzir a pobreza, já!», reclama uma petição promovida pela Rede Europeia Anti-Pobreza (que no nosso país é identificada pela sigla EAPN Portugal) e pela organização de direitos humanos Avaaz. Afinal, alertam estas entidades, «quase uma em cada quatro pessoas vive em risco de pobreza e/ou exclusão social».
O compromisso assumido de retirar 20 milhões de pessoas da situação de pobreza até 2020, acordado no objetivo europeu de redução da pobreza, foi desrespeitado. «A realidade é bem diferente quando se trata de passar das palavras aos atos, apesar da atual situação de emergência», acusam os signatários.
A Comissão Europeia começou por apresentar em outubro de 2011 «uma proposta sensata», de acordo com a EAPN e a Avaaz.org, «de alocar 25 por cento do orçamento da Política de Coesão ao Fundo Social Europeu (FSE) e 20 por cento do FSE à inclusão social e à redução da pobreza», mas o Conselho Europeu de junho de 2012, rejeitou a proposta com os votos da «esmagadora maioria dos Estados Membros».
Os peticionários apontam o dedo ao facto de «bancos e as instituições financeiras receberam milhões de milhões de euros em empréstimos e investimentos» enquanto «as pessoas em risco de pobreza – ou seja uma em cada quatro pessoas, incluindo crianças – devem contentar-se com meras intenções e objetivos».
O texto recusa ainda as «medidas de austeridade», que a Europa tem aplicado, como também em Portugal, por significarem «um investimento no aumento da pobreza, das desigualdades e em dias cada vez mais sombrios para as gerações futuras». A petição tem como alvo a próxima reunião do Conselho, em novembro, quando será realizada a votação final.