in Jornal de Notícias
O Governo vai negociar com a 'troika' medidas de apoio ao financiamento da economia e incentivos ao investimento, no âmbito da próxima avaliação do memorando de entendimento, afirmou hoje o ministro da Economia e do Emprego, Álvaro Santos Pereira.
"Em 2012, é muitíssimo mais complicado [atrair investimento] e, por isso, entendemos que nos próximos meses temos que avançar com um pacote de incentivos ao investimento, através de um regime fiscal reforçado e de políticas de apoio ao investimento nacional e internacionais mais arrojadas", afirmou o ministro da Economia, na comissão de Economia e Obras Públicas, na sequência de um requerimento potestativo do PS.
Álvaro Santos Pereira adiantou que pretende "falar com os parceiros internacionais para reforçar o músculo para conseguir atrair o investimento".
Também no âmbito da sexta avaliação, o Governo pretende sensibilizar a 'troika' (Fundo Monetário Internacional, Comissão Europeia e Banco Central Europeu) para a necessidade de apoios ao financiamento das empresas e, em especial, das Pequenas e Médias Empresas (PME).
"É fundamental que a Europa perceba que não é possível ter uma união monetária a duas velocidades e impedir que países, como Portugal, possam rever a sua política comercial ou de concorrência", declarou.
Álvaro Santos Pereira adiantou que o Governo tem desenvolvido esforços para "incitar" a banca "a conceder mais crédito às PME".
"É dever da banca portuguesa criar mecanismos para ajudar ao financiamento das empresas. A eventual criação de um banco de fomento também pretende financiar as PME", acrescentou.
Álvaro Santos Pereira foi ao Parlamento, acompanhado por três secretários de Estado -- Energia, Transportes e Obras Públicas e Turismo -, para explicar as medidas que tomou para evitar o abandono do projeto do grupo SAIP, liderado por José Roquette, para o Alqueva, que, adiantou, estava "bloqueado" quando o atual Executivo tomou posse.
"Durante os seis anos [do Governo PS] havia capacidade financeira do promotor e por parte da banca. Deviam perguntar como levou seis anos a licenciar este projeto", defendeu Álvaro Santos Pereira, na Comissão de Economia e Obras Públicas, na sequência de um requerimento potestativo do PS.
O ministro da Economia afirmou que quando o Governo tomou posse, em junho de 2011, "o projeto já estava bloqueado" e, depois de vários esforços para a reestruturação do financiamento do sindicato bancário, o BPI aprovou, mas a CGD não.
"Para quem defende que o Governo deve desautorizar a equipa de análise de risco da CGD que o assuma em público. Não nos substituímos aos responsáveis destas instituições", declarou.