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O presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, afirmou hoje, em Bruxelas, que vai procurar uma solução para o orçamento comunitário para 2014-2020 que represente um “equilíbrio entre solidez e solidariedade”.
Van Rompuy falava no Parlamento Europeu, em Bruxelas, durante um debate com os eurodeputados que também contou com a presença do presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso.
"Vou continuar a tentar procurar uma solução [para o orçamento comunitário] que represente um equilíbrio entre solidez e solidariedade”, afirmou o presidente do Conselho Europeu, defendendo a necessidade de existir “equilíbrio entre a consolidação orçamental e o crescimento”.
Van Rompuy desdramatizou o facto de não ter sido alcançado um consenso na cimeira europeia de 22 e 23 de novembro, afirmando que, até ao momento, nunca foi possível chegar a um acordo sobre um orçamento comunitário plurianual “numa única reunião”, mas admitiu que alcançar um entendimento “vai exigir mais tempo”.
“O facto de necessitarmos de unanimidade [entre os 27 Estados-membros] é um grande desafio”, afirmou, acrescentando que a preparação do orçamento comunitário plurianual foi “mais difícil” este ano, porque, “pela primeira vez, não se espera um crescimento real”.
O presidente da Comissão Europeia, por sua vez, qualificou a cimeira da semana passada como a “mais complexa e difícil de que há memória” e disse que “todos devem estar dispostos a fazer concessões” para que seja possível alcançar um acordo.
“Todos nós temos de fazer um esforço e utilizar o tempo que nos resta de forma construtiva”, afirmou Durão Barroso.
O presidente da Comissão Europeia sublinhou que o resultado final das negociações terá como resultado um orçamento comunitário plurianual inferior ao anterior, o que afirmou ser uma “situação sem precedentes”.
A cimeira extraordinária de líderes europeus sobre o orçamento comunitário plurianual para 2014-2020, que decorreu na capital belga na quinta e na sexta-feira, terminou sem um acordo, tendo ficado adiada uma nova discussão sobre o tema para o início de 2013.
Durante a reunião, Van Rompuy apresentou aos chefes de Estado e de governo da União Europeia (UE) uma nova proposta de orçamento - que mantém uma redução do envelope global em cerca de 80 mil milhões de euros relativamente à proposta da Comissão Europeia, mas propõe uma redistribuição dos cortes que atenua as reduções nas áreas da coesão e agricultura -, que não reuniu consenso.
A proposta de orçamento apresentada pela Comissão Europeia conta com o apoio da maioria dos grupos políticos do Parlamento Europeu, que têm o poder de vetar o orçamento comunitário.