in Diário de Notícias
A Associação Nacional de Farmácias vai assegurar o programa de troca de seringas a toxicodependentes até dezembro, enquanto tiver material em "stock", mas, a partir daí, o Governo terá de arranjar outro parceiro para o projeto.
Em declarações aos jornalistas, no final da audição na comissão parlamentar de Saúde, o vice-presidente da Associação Nacional de Farmácias (ANF), Paulo Duarte, disse que o contrato com o Ministério da Saúde terminou na terça-feira, e que a associação não está disponível para continuar a geri-lo.
"Em agosto comunicámos ao Ministério que o contrato terminava a 27 de novembro e que não estávamos disponíveis para continuar a assegurar a sua gestão", afirmou.
O responsável adiantou que as farmácias têm em "stock" "kits" que darão até finais de dezembro, altura a partir da qual deixam de gerir este programa.
"Cabe ao Ministério da Saúde definir agora o que quer para o programa. Nós não queremos continuar com a gestão diária deste programa", disse Paulo Duarte.
As farmácias, no entanto, poderão continuar a ser o local onde é feita a troca de uma seringa usada por uma outra nova, como forma de evitar a infeção pelo VIH/sida, o grande objetivo deste projeto, lançado em 1993.
Até aqui, cabia à ANF assegurar a gestão dos "kits", incluindo fazê-los chegar às organizações não governamentais de apoio à toxicodependência e disponibilizá-los nas farmácias.
"Não lucrávamos um cêntimo com isto", adiantou Paulo Duarte, revelando que o Ministério da Saúde deve às farmácias 600 mil euros referentes a 2012, pela sua participação no projeto.