por Marlene Carriço, Catarina Almeida Pereira, in Negócios on-line
A presidente do Banco Alimentar contra a Fome quer que o Governo intervenha de forma a que menos comida acabe no lixo.
A presidente do Banco Alimentar contra a Fome quer que o Governo intervenha de forma a que menos comida acabe no lixo. Além disso, Isabel Jonet defende que as empresas e pessoas que ajudam instituições também devem ter um maior retorno.
"Há um conjunto de medidas que tem a ver com a data de consumo de produtos, que hoje em dia são obrigatoriamente retirados do mercado quando estão em óptimas condições para serem distribuídos e consumidos, que podem ser analisadas", defendeu Isabel Jonet, acrescentando que já está em marcha na Comissão Europeia a análise deste assunto.
A presidente do Banco Alimentar contra a Fome, que falava durante a conferência "Empobrecimento. Construir a ajuda", uma parceria da Antena 1 e do Negócios, defendeu ainda outras medidas como o reforço dos "benefícios fiscais que são oferecidos às empresas e às pessoas quando apoiam instituições".
Desta forma, o Estado poderia dar uma ajuda às instituições de solidariedade que se vêem confrontadas com cada vez mais pedidos de ajuda.
Estado nem sempre tem ajudado
Isabel Jonet frisou contudo que, a somar ao número crescente de pedidos de ajuda, o governo não tem facilitado a vida às instituições do sector social. "Há um conjunto de medidas e imposições que não serão as mais ajustadas àquilo que é a realidade e que são as necessidades das instituições. Houve, por exemplo, uma sobrevalorização de exigências com equipamentos que foi desnecessária. Isto vai dar muito trabalho a rever", concluiu.
Momentos antes, Manuel Lemos, da União das Misericórdias Portuguesas, também já tinha dito que o "Estado patrocinou a desorganização do sistema", exigindo, nomeadamente, que duas associações ao lado uma da outra, tenham ambas uma cozinha, entre outros equipamentos.