Mais de 550 mil ganhavam o salário mínimo em 2011

Por Filipe Paiva Cardoso, in iOnline

Dados mostram que 11% dos trabalhadores ganham o mínimo

Segundo o “Boletim Estatístico de Junho de 2012”, do Gabinete de Estratégia e Planeamento (GEP) do Ministério da Segurança Social, em Outubro de 2011, os dados mais recentes, 11,3% dos trabalhadores em Portugal ganhavam o ordenado mínimo (485 euros), o que equivale a perto de 550 mil pessoas – 11,3% dos 4,8 milhões de portugueses então com emprego.

Este valor compara com os 10,9% registados em Abril de 2011, que equivalia a 530 mil trabalhadores remunerados pelo mínimo legal. Já em Outubro de 2008 havia 7,4% (385 mil) e no mesmo mês do ano anterior eram apenas 6% (353 mil). No início da série, em Outubro de 2002, somente 4% dos trabalhadores recebiam o mínimo.

Se por um lado, em anos recentes, a subida do peso dos trabalhadores com o ordenado mínimo se deveu à subida dessa remuneração – passou de 375 euros em 2005 para os 485 euros em Janeiro de 2011 –, por outro lado durante 2011 este valor não foi revisto, pelo que todo o crescimento registado nesse ano – mais 20 mil trabalhadores só de Abril para Outubro – foi provocado por esmagamento salarial.

As mulheres são especialmente castigadas neste campo: 15,3% das 2,2 milhões com emprego ganhavam o ordenado mínimo em Março de 2011, cerca de 345 mil. As mulheres representavam assim 63% dos trabalhadores a ganhar o ordenado mínimo, valor que compara com o peso de cerca de 54% que as mulheres têm no total de trabalhadores com emprego em Portugal. Um ano antes, em Outubro de 2010, havia 14,4% de mulheres a receber o SMN. Já entre os homens com emprego são 8,3% aqueles que recebiam o ordenado mínimo em Outubro de 2011. Um ano antes eram 7,5%.