por Céu Neves, in Diário de Notícias
A Deco recebeu 434 840 queixas dos consumidores em 2012, um aumento de 19% comparativamente ao ano anterior. Jurista da associação diz que a a crise está a mudar os hábitos de consumo dos portugueses que estão mais atentos às faturas e aos contratos e mais exigentes.
Hoje è o Dia Mundial dos Direitos dos Consumidores, efeméride assinalada pela Deco com a apresentação das queixas em 2012. "Houve um acréscimo de reclamações nunca antes visto, o que decorrerá dos tempos de crise que vivemos", explica Ana Tapadinhas, jurista da Deco.
O aumento de queixas tem, também, a ver com três conflitos de consumo emblemáticos ocorridas o ano passado e que não estão totalmente resolvidos: a televisão digital terrestre (TDT), os contadores bi-horários da EDP e os vouchers A Vida é Bela, tendo esta empresa fechado devido a problemas financeiros.
Os serviços de interesse geral, como a água, luz e gás, voltaram à lista dos setores mais reclamados. Foram 34 347 pessoas que se queixaram, o que corresponde a 7,9% dos consumidores que contactaram a Deco: por telefone, pessoalmente ou por escrito.
Mas são as telecomunicações que originam mais protestos na divisão por setores, 57 989 em 2012 (13,3% do total). Seguem-se a banca (50 927) e a compra e venda (39 012).
A lista das empresas mais reclamadas é liderada pela PT, a que se juntam a EDP, A Vida é Bela, a Optimus, a ZON, oSantander Totta, a Caixa Geral de Depósitos e a Cofidis.