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A mensagem que "é crucial" transmitir a todos, incluindo os que se manifestaram no último sábado, é a de que os esforços têm uma “razão de ser” e serão "bem-sucedidos", disse Vítor Gaspar, ao assinalar que a promessa europeia de extensão dos prazos de reembolso é sinal de confiança em Portugal.
O ministro das Finanças disse hoje, em Bruxelas, que a mensagem que "é crucial" transmitir aos portugueses, incluindo aos que se manifestaram no último sábado, é a de que os esforços que estão a fazer serão "bem-sucedidos".
"A mensagem que eu penso que é crucial dar a todos os portugueses, aqueles que se manifestaram e aqueles que não se manifestaram, é que ontem, no Eurogrupo [reunião dos ministros das Finanças da zona euro], e hoje, no Ecofin, Portugal beneficiou de uma forte mensagem de confiança por parte dos parceiros europeus", afirmou Vítor Gaspar, citado pela agência Lusa, no final da reunião dos ministros das Finanças da União Europeia (Ecofin), quando questionado pelos jornalistas sobre os protestos do último sábado.
O ministro das Finanças acrescentou que os restantes Estados-membros "estão confiantes de que o processo de ajustamento português será bem-sucedido e que, consequentemente, todos os esforços e os sacrifícios que têm sido feitos pelos portugueses vão ter uma razão de ser e vão ser bem-sucedidos".
Vítor Gaspar disse ainda, em resposta aos jornalistas, que não tem "qualquer espécie de preocupação particular com questões de popularidade".
O comissário europeu dos Assuntos Económicos frisou idêntica mensagem, ao assinalar que traduz um “sinal de confiança” em Portugal e na Irlanda o acordo de princípio, hoje alcançado no Ecofin, sobre o prolongamento das maturidades dos empréstimos europeus a ambos os países.
“Estou muito satisfeito com o acordo alcançado. (…) É um sinal forte de confiança nos dois países”, disse Olli Rehn, ao frisar que espera que as soluções concretas que serão preparadas pela troika e alvo de uma possível decisão política final em meados de Abril sejam depois aceites pelos parlamentos nacionais. Porque “é do interesse de todos os Estados-membros e da União Europeia que Irlanda e Portugal concluam os seus programas e reconquistem o acesso aos mercados de forma sustentável”, argumentou Rehn, ao admitir que há pelo menos um parlamento – não especificou qual – que poderá levantar dificuldades.
A recalendarização e/ou extensão das maturidades será equacionada para os empréstimos que são assegurados pelos dois fundos europeus, que financiam dois terços do resgate a Lisboa e Dublin. O FMI financia o terço remanescente, mas colocou de parte a revisão das condições dos créditos concedidos, como já o fizera em Novembro no caso da Grécia. Vítor Gaspar disse hoje que falar de extensão de maturidades em 15 anos, como referira na véspera o seu colega irlandês, corresponde a uma posição negocial. O resultado final, antecipou, será mais modesto.