por Domingos Pinto, in RR
Países ricos desperdiçam comida que daria para alimentar quase 500 milhões de pessoas, afirma director da FAO.
Falta vontade politica para erradicar a fome no mundo, acusa o director da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO, na sigla inglesa).
José Graziano da Silva, que recebeu esta segunda-feira o doutoramento Honoris Causa pela Universidade Técnica de Lisboa, considera que “com o que nós temos hoje poderíamos alimentar todos os cidadãos”.
O responsável dá o exemplo do que acontece nos países mais ricos, localizados na Europa e América do Norte, onde o “desperdício que se tem na mesa” daria para alimentar quase 500 milhões de pessoas.
“Nós temos 900 milhões de pessoas [em situação de fome no mundo]. Só evitando o desperdício nós quase que acabamos com a fome”, refere José Graziano da Silva.
O director da FAO aponta o dedo aos especuladores, que também são responsáveis pela escalada dos preços dos produtos alimentares.
Neste contexto, José Graziano da Silva aponta as prioridades da organização que dirige: o combate à fome, uma produção mais sustentável, o combate à pobreza rural, uma melhor governança do sistema mundial e uma melhoria do bem-estar dos consumidores.