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D. Jorge Ortiga diz que é preciso combater o desemprego antes que seja tarde de mais
O Arcebispo de Braga acredita que há muitas famílias que já estão no limite da austeridade. Na última noite, numa conferência em Famalicão, D. Jorge Ortiga contestou o Governo quando diz que todos estão a fazer o mesmo esforço.
“Começo a convencer-me que as medidas são demasiado pesadas para um determinado tipo de pessoas”, lamentou D. Jorge Ortiga. O Arcebispo de Braga lembrou que “a luz sobe para todos, a água sobe para todos, os transportes sobem para todos, o IVA nos bens básicos sobe para todos”, porém, “100 euros num mês a mais nas coisas pode ser pouco para uma pessoa, mas para outra, cinco ou seis euros a mais por mês pode ser muito”.
Na conferência na última noite sobre o papel da Igreja em tempo de crise, o presidente da Conferência Episcopal da Pastoral Social pediu ainda transparência aos políticos.
“Devemos saber e devemos exigir aos governantes que digam exactamente quanto é que ganham por mês, que secretários têm, quantos motoristas têm, quanto é que pagam por cada reunião”, defende.
D. Jorge Ortiga dá ainda um exemplo: “Se forem para Guimarães Capital Europeia da Cultura, tem gente que ganha um x para vir uma vez ou outra, mas depois ainda tem ajuda nas deslocações, ainda recebem por cada participação numa reunião, 500 euros digamos assim”. “Isto continua a acontecer”.