Sandra Henriques, in RTP
No Conselho Superior da Antena1 desta manhã, Octávio Teixeira afirma que os indicadores do risco de pobreza relativos a 2010 recentemente divulgados mostram que os números continuam a agravar-se em relação aos anos anteriores, o que demonstra que se está perante um problema sistémico que deve ser combatido.
Em declarações ao jornalista Nuno Rodrigues, Octávio Teixeira destaca o elevado número de pessoas em risco de pobreza entre os desempregados e mesmo entre quem tem trabalho.
Para além disso, aumentou a desigualdade de rendimentos entre os mais riscos e os mais pobres, e estes são “resultados que não podem deixar de abalar qualquer cidadão com sensibilidade social”.
O antigo líder parlamentar do PCP sublinha que estes números referem-se a 2010 e, portanto, ainda não refletem as medidas de austeridade em prática em Portugal. O economista defende que, perante este cenário, o governo deve repensar as suas políticas e inverter “esta autêntica corrida para a desgraça”.
“A pobreza tem que ser combatida de forma sistémica, combatendo as suas causas, e isso obriga a inverter as políticas”, nomeadamente o facto de as medidas de austeridade recaírem sobretudo sobre aqueles que menos têm. Octávio Teixeira refere que “temos que dar corpo a essa revolta legítima, porque o governo está a exigir demais aos que menos têm”.