Texto de Mariana Correia Pinto, in Público on-line (P3)
Jovens criaram um movimento que ajuda os desempregados a dar a volta à situação. Quase todos têm capacidade para fazer mais do que aquilo que fazem, acreditam
Eles acreditam que todas as pessoas têm um talento e que podem melhorar a sua vida. Não gostam que os definam como uma agência de classificados ou uma empresa de consultoria, eles são um movimento de apoio ao desenvolvimento dos jovens desempregados.
Lançado em Janeiro de 2012, numa altura em que o desemprego jovem era já uma realidade gritante, o Jagruthi Moov focou nesta população o seu trabalho. Miguel Jerónimo, um dos fundadores, resume numa frase o projecto: “É uma caixinha de ferramentas para nos começarmos a mexer.”
Tudo começou na Índia, quando Carolina Cruz, outra das fundadoras deste movimento, percebeu que podia ajudar organizações locais e ter impacto na vida das pessoas através de pequenas coisas.
Foi já em Portugal, depois de um ano de trabalho como "freelancer" lá fora, que conheceu Miguel Jerónimo e que, juntos, decidiram que podiam fazer alguma coisa com as ideias que tinham. A Sapana, criada em Janeiro deste ano, é o projecto global deles, que, além do Jagruthi Moov, inclui um projecto a que chamaram Back to Basics.
Uma "colecção de ferramentas"
Na prática, o Jagruthi Moov funciona como um agregador de informação importante para jovens em busca de emprego. Como? Disponibilizando uma “colecção de ferramentas” para “acordar”, “aprender” e “fazer”.
“O nosso objectivo é dar ferramentas aos desempregados para que desenvolvam os seus talentos, para perceberem de que forma podem impactar o mundo”, conta ao P3 Miguel Jerónimo. Isto porque, acreditam, "na camada jovem quase todos têm capacidade para fazer mais do que aquilo que fazem".
No site, é possível encontrar exercícios para que cada pessoa perceba quais são os seus pontos fortes e fracos, para que aprendam a fazer um bom currículo e a adaptá-lo consoante a oferta de emprego a que concorrem, para que melhorem a capacidade de comunicar.
Além disso, os 13 jovens mentores do projecto, e que trabalham nele de forma voluntária, promovem eventos com os mesmos objectivos, sempre gratuitos. O próximo, que decorre em Setembro, chama-se Talentos em Livre Trânsito e é um programa de reintegraçãoo no mercado de trabalho em 12 passos. Auto-motivação, comunicação, construção de CV e entrevista vão ser alguns dos pontos focados.