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É o que revela o estudo do Serviço de Intervenção dos Comportamentos Aditivos e nas Dependências, que ouviu 60 mil estudantes.
Aumentou o consumo de álcool, tabaco e canábis entre os alunos dos 7º, 8º e 9º anos de escolaridade. Os dados resultam de um inquérito nacional em meio escolar, realizado pelo Serviço de Intervenção dos Comportamentos Aditivos e nas Dependências.
Foram ouvidos 60 mil alunos e a conclusão aponta por aumento dos comportamentos de risco por parte dos mais novos. Sete mil alunos até ao 9º ano já consumiram cocaína.
O estudo revela que, em 2011, 9% dos alunos do secundário já tinha experimentado canábis, o que representa cerca de 30 mil alunos. Esta continua a ser a droga dominante.
O ecstasy, as anfetaminas e a cocaína foram experimentados por 1% dos jovens do secundário, o que representa cerca de sete mil alunos.
No que toca ao álcool, o estudo revela um aumento contínuo de cerveja, mas a percentagem de alunos que se tinha embriagado na altura dos estudos diminuiu, passando a 7%, o que representa cerca de 23 mil alunos.
Quanto a tabaco, 17 mil jovens do secundário revelaram consumos recentes em 2011.
“Temos de actualizar as respostas”
O coordenador do Centro de Atendimento de Toxicodependentes de Torres Vedras, Rui Negrão, não estranha as conclusões deste estudo, pois é o cenário que constata no terreno.
“Acho que cada vez mais os responsáveis têm que estar atentos, temos que lançar novos programas, actualizar as respostas às toxicodependências e, obviamente, não é com cortes que se calhar vamos lá”, afirma o responsável, adiantando que “estamos a assistir cada vez ao consumo das substâncias ilícitas”.
A procura de cocaína e heroína aumentou entre os jovens toxicodependentes, mas também a procura de tratamento.
“Há um aumento da procura do tratamento das substâncias do passado, com consumos endovenosos a proliferar, numa faixa etário que, se calhar, não era esperado. Estamos a apanhar novamente homens, rapazes e raparigas de 17 e 18 anos, com consumos de heroína e cocaína que não são esporádicos, mas com critérios de dependência”, refere à Renascença.