13.10.12

Presidente checo considera "erro trágico" atribuição do Nobel da Paz à UE

in Jornal de Notícias

O presidente checo, Vaclav Klaus, considerou, esta sexta-feira, um "erro trágico" a atribuição do prémio Nobel da Paz à União Europeia e afirmou que no início "pensava tratar-se de uma brincadeira".

"De início, pensei efetivamente que se tratava de um engano, ou de uma brincadeira", declarou o presidente checo, conhecido pelas suas posições eurocéticas, e citado pela agência noticiosa CTK.

"Mesmo num sonho, não teria imaginado que alguém pudesse pensar seriamente nesta situação", prosseguiu.

O prémio Nobel da Paz foi atribuído, esta sexta-feira, à UE, que transformou um continente em guerra num continente em paz, anunciou o comité Nobel norueguês.

Na perspetiva de Klaus, 71 anos e que conclui o seu segundo e último mandato em março de 2013, o prémio Nobel deveria ter sido atribuído "a uma personalidade (...) por um ato único".

"Atribuir [o prémio Nobel] a uma instituição, e neste caso a uma instituição burocrática, é uma distinção vazia de sentido", considerou o chefe de Estado checo.

A República Checa é membro da União desde maio de 2004, mas não integra a zona euro.

Por seu turno, o primeiro-ministro italiano, Mario Monti, afirmou, esta sexta-feira, que espera que a atribuição do prémio Nobel da Paz à União Europeia (UE) possa dar "força e convicção" aos governos e aos cidadãos europeus.

"Espero que este importante reconhecimento dê uma nova força e convicção aos governos e aos cidadãos dos países membros para prosseguir com determinação o objetivo de uma União Europeia unida, solidária e aberta ao resto do mundo, superando as atuais dificuldades de natureza económica através do reforço dos instrumentos adequados", afirmou o chefe do Governo italiano, num comunicado.

O Comité Nobel, em Oslo, atribuiu o prémio Nobel da Paz 2012 à UE pelo seu contributo para a paz e a reconciliação, a democracia e os direitos humanos.

"A União e os seus precursores têm contribuído, há mais de seis décadas, para o avanço da paz e da reconciliação, da democracia e dos direitos humanos na Europa", escreveu o Comité Nobel norueguês, num comunicado.