20.11.12

Surto de VIH entre consumidores de drogas na Grécia e na Roménia

Por Ana Cristina Pereira, in Público on-line

O índice médio de novos casos de VIH notificados entre consumidores de droga injectada continua a baixar, segundo o relatório anual do Observatório Europeu das Drogas e da Toxicodependência (OEDT). Na Grécia e na Roménia, todavia, há registo de “preocupantes surtos de infecção”.

Na Grécia, até 2010, haveria nove a 19 novos diagnósticos de VIH entre consumidores de droga injectada por ano. No ano passado, o número aumentou para 241 novos casos. Tudo por causa de “uma epidemia local, mas de grandes proporções, que afectou esses consumidores na cidade de Atenas”. Na Roménia, na mesma altura, o número de novos casos subiu de um a seis para 114.

Para atacar o surto, a Grécia aumentou a distribuição de seringas e a capacidade de tratamento da toxicodependência: abriu 22 novas unidades para tratamento de substituição de opiáceos em 2011. Já na Roménia, continua reduzido o acesso ao tratamento de substituição limitado. A oferta de seringas, essa, está a melhorar, após uma queda por falta de financiamento.

Razões de sobra para que João Goulão, presidente do OEDT, tenha alertado: “É necessário que a saúde pública e a prestação de serviços preventivos adequados se mantenham uma prioridade, nesta conjuntura económica difícil”.

Longe do pico registado em 2001-2002, o índice médio de novos casos de VIH notificados entre consumidores de droga injectada alcançou agora um novo mínimo: 2,54 por milhão de habitantes por ano (1192 novos casos estimados em 2010).

“Dos cinco países que referem os maiores índices entre 2005 e 2010, Espanha e Portugal mantiveram as suas tendências decrescentes, enquanto, entre os outros, só a Estónia comunicou um pequeno aumento”, lê-se no relatório esta manhã apresentado em Lisboa.

“Em 17 desses países, as estimativas de prevalência do VIH mantêm-se inalteradas. Em sete (Alemanha, Espanha, Itália, Letónia, Polónia, Portugal e Noruega), os dados sobre a prevalência de VIH revelam um decréscimo. Apenas um país (Bulgária) notificou um aumento da prevalência do VIH na capital, Sófia, coerente com o aumento de casos de infecção recentemente diagnosticados.”

Aqueles dados não contemplam, claro, os aumentos na taxa de transmissão do VIH na Grécia e Roménia comunicados em 2011.