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A Assistência Médica Internacional (AMI) ultrapassou, em 2012, a barreira das 15.000 pessoas apoiadas e, pela primeira vez, há listas de espera em alguns centros sociais para atendimento e encaminhamento, disse à Lusa o presidente da organização.
Dados provisórios relativos à ação social da AMI apontam para um ligeiro aumento de pessoas apoiadas em 2012, que totalizaram 15.089, mais 152 do que em 2011.
A área da Grande Lisboa registou um aumento de utentes apoiados, passando de 6.827, em 2011, para 7.257, em 2012, enquanto no Grande Porto o sentido foi inverso: 5.993, em 2011, e 5.596, no ano seguinte.
“Como era expectável, 2012 foi um ano de pressão. Chegámos quase ao limite da disponibilidade das nossas técnicas, no que diz respeito à possibilidade de atendimento”, disse o presidente da AMI.
Fernando Nobre adiantou que, no ano passado, foram servidas mais de 200 mil refeições a 2.200 pessoas, resultado do agravamento do desemprego que provocou o aumento da exclusão e da pobreza.
“Todos os nossos centros estiveram sob grande pressão e eu acredito que, em 2013, essa pressão vai manter-se, mas estamos prontos a dar a reposta cabal e indispensável a todos aqueles que chegarem até nós”, assegurou.
Em termos nacionais, os centros Porta Amiga com maior frequência de população carenciada, no ano passado, foram o do Porto (3.499), Olaias (2.656) e Vila Nova de Gaia (2.097).
Quanto à população sem abrigo, a AMI apoiou 1.815 pessoas, em 2012, mais 24, em relação ao ano anterior.
Os serviços mais solicitados pela população carenciada foram o fornecimento de géneros alimentares, o refeitório, apoio social, roupeiro e enfermagem.
Segundo o presidente da AMI, o perfil das pessoas que procuram apoio social na AMI está a mudar: “Estão a surgir pessoas da classe média e média baixa, em que um dos cônjuges ou os dois ficaram desempregados, e estão a surgir mais pessoas novas”.
Também o perfil dos sem abrigo está a mudar. Apesar dos homens continuarem a ser maioritários, começam a aparecer mais mulheres sem abrigo, sublinhou.
Desde há cerca de três anos, também começaram a recorrer à AMI pessoas licenciadas, que representam já cerca de quatro por cento dos utentes.
Fernando Nobre destacou ainda a existência de “maior empenho solidário por parte das empresas e dos cidadãos”.
“As pessoas estão sensibilizadas e assimilaram que só todos juntos é que podem ultrapassar e sair da crise em que o país está”, disse, acrescentando: “Estamos todos conscientes que temos de dar o máximo, e que os próximos anos continuarão a ser duros”.
Lusa/SOL