11.3.13

INE confirma hoje que queda do PIB do quarto trimestre é uma das piores da História

Por António Ribeiro Ferreira e Liliana Valente, in iOnline

Primeira estimativa: queda de 3,8% nos últimos quatro meses e 3,2% nos doze meses de 2012

Numa semana que se anuncia pródiga em informações relevantes, como o acórdão do Tribunal Constitucional sobre várias medidas do Orçamento do Estado para 2013 e os resultados da sétima avaliação da troika, para além do plano de cortes de quatro mil milhões de euros, que irão marcar de certo o resto do ano, o Instituto Nacional de Estatística (INE) divulga hoje a segunda estimativa para a evolução da economia no quarto trimestre de 2012, que em Fevereiro apresentou um dos piores resultados da História, com os economistas a não esperar grandes mudanças nos números iniciais.

A 14 de Fevereiro, o INE divulgou a estimativa rápida para a evolução do Produto Interno Bruto no último trimestre de 2012 e o resultado não só foi pior que o previsto como foi um dos piores desde que existem dados. Em termos anuais, o PIB terá caído 3,2%, encontrando um registo anual mais negativo apenas em 1975, com dados que não são inteiramente comparáveis. Este é o pior resultado da série longa do INE, que remonta a 1996, e o segundo pior da História quando considerada a série longa do Banco de Portugal, surgindo um resultado mais negativo apenas no ano de 1975, quando a recessão atingiu os 5,1%.

Em termos trimestrais, e comparando com o período homólogo, a contracção do PIB no quarto trimestre do ano passado acaba por ser a segunda pior da História, superada apenas pelos 4,1% verificados no primeiro trimestre de 2009. Esta é também a pior sequência na evolução do PIB tanto nas contas do INE como do Banco de Portugal.

Analistas sem surpresas “Não esperamos uma alteração significativa. O detalhe do INE deverá confirmar uma queda da procura interna, mas menos pronunciada que no trimestre anterior, e um menor contributo positivo da procura externa líquida. As principais incógnitas são sobretudo o detalhe da procura interna. Em concreto, o que estará subjacente a um melhor comportamento do investimento (melhorou, segundo a estimativa rápida do INE) e as tendências relativamente ao consumo privado”, explicou a economista do banco BPI, Paula Carvalho. A economista considera ainda que existe “alguma expectativa relativamente às exportações dados os factores conjunturais que actuaram sobre esta variável no quarto trimestre de 2012, designadamente na queda da procura com origem na União Económica e Monetária e o impacto da greve no sector portuário”.

Já o economista chefe do Montepio Geral, Rui Bernardes Serra, lembra que mudanças entre a primeira estimativa e a estimativa final “não são muito frequentes”e que por isso espera que a variação em cadeia apontada no mês passado se mantenha.