23.5.13

Oeste quer tornar-se competitivo para reduzir pobreza até 2020

in iOnline

A zona Oeste de Lisboa quer ter uma economia mais competitiva e aumentar a qualificação dos seus habitantes para reduzir a pobreza na região, refere a estratégia 2020, documento aberto a partir de hoje para recolha de contributos.
A estratégia ‘Oeste 2020', cujas linhas de ação a agência Lusa teve acesso, traça como uma das prioridades a redução para 7,4% da população que vive abaixo do limiar da pobreza.

A partir dos indicadores dos residentes que recebem prestações da Segurança Social, correspondentes a 37% dos habitantes, conclui que 30% da população do Oeste vive em média com menos de 367 euros por mês, após as transferências sociais, de acordo com o diagnóstico da região entre os anos de 2007 e 2013.

Para concretizar esse objetivo, o documento indica a necessidade de elevar o ganho médio mensal ‘per capita', que é de 864 euros, abaixo da região Centro (890 euros), da região de Lisboa (1365 euros) e da média nacional (1034 euros).

O aumento do rendimento deverá ser alcançado, segundo a estratégia, com o reforço da competitividade regional pela aposta em três setores com maior potencial económico no Oeste, direcionados para o mercado externo e acompanhados pela investigação científica para responder às necessidades de inovação do tecido empresarial.
Segundo o diagnóstico, os níveis de produtividade e as exportações estão abaixo da média nacional e existe uma fraca valorização dos seus produtos.

O turismo (náutico, do golfe, cultural e paisagístico, enoturismo, doçaria e aventura) e a economia do mar, através de projetos de aquacultura, da exploração de recursos subaquáticos e das atividades turísticas ligadas ao mar, são considerados estratégicos.
Junta-se a agroindústria, com a potenciação da produção e transformação de produtos hortofrutícolas e dos vinhos, da indústria de conservas e de produtos frescos e congelados embalados, desde o peixe aos hortícolas, e do desenvolvimento de tecnologias de conservação e embalamento.
A aposta na qualificação da população é outro dos objetivos, uma vez que os diplomados do ensino superior correspondem apenas a 8,7% da população e do ensino secundário 13%. Espera-se que até 2020, 40% da população entre os 30 e os 34 anos tenha formação superior.
Outras metas passam por reduzir de 23% para 10% o nível de abandono no ensino obrigatório e aumentar de 69 para 75% a taxa da população com emprego numa região cuja taxa de desemprego é de 11,5%.

André Macedo, secretário-geral da Comunidade Intermunicipal do Oeste (OesteCim) disse à Lusa que a estratégia deverá estar concluída até ao final do ano, sendo os dados preliminares conhecidos em setembro.

Com vista a receber contributos para a estratégia, a Comunidade Intermunicipal do Oeste vai promover sessões de debate, agendadas para hoje no Bombarral e para os dias 28 de maio (Torres Vedras) e 4 de junho (Alcobaça).

A região possui 362 mil habitantes, repartidos por Alcobaça, Alenquer, Arruda dos Vinhos, Bombarral, Cadaval, Caldas da Rainha, Lourinhã, Nazaré, Óbidos, Peniche, Sobral de Monte Agraço e Torres Vedras.