Ana Rute Silva, in Público on-line
Iniciativa da Fundação Calouste Gulbenkian e da COTEC Portugal tem como objectivo oferecer cinco mil novos estágios até 2014.
O Movimento para o Emprego foi apresentado oficialmente nesta quinta feira e é uma “resposta da sociedade civil e das empresas” ao desemprego jovem. No primeiro trimestre, a taxa de desemprego entre os jovens chegou aos 42,1%. No total, 165,9 mil pessoas entre os 15 e os 24 anos não têm emprego. A ideia do movimento é, por isso, é mobilizar as empresas e incentivar a oferta de estágios remunerados, recorrendo aos apoios dados pelo Estado.
Com 107 organizações aderentes, a iniciativa nasceu pela mão da Fundação Calouste Gulbenkian e da Cotec Portugal, em parceria com o Instituto do Emprego e Formação Profissional.
Na carta de adesão, as empresas comprometem-se a oferecer “oportunidades de estágios profissionais para jovens licenciados, mestres ou doutores para além do que estritamente” fariam. O objectivo é atingir os cinco mil novos estágios em 2013 e 2014.
“A tarefa que colectivamente se nos impõe é clara: criar uma verdadeira mobilização nacional pelo emprego, capaz de aproveitar todos os recursos e todas as energias no sentido de construir um futuro melhor e mais justo”, disse Artur Santos Silva, presidente da Fundação Calouste Gulbenkian e presidente do Conselho de Administração do BPI.
Além de se comprometerem a aumentar o número de estágios que concedem, as empresas prometem fazer esforços para aumentar as hipóteses contratar os jovens ou tentar outras hipóteses de inserção profissional na rede de “empresas clientes, fornecedoras e restantes stakeholders” (os vários intervenientes do negócio).
Galp, Nestlé, Ikea, TAP ou Microsoft são algumas das empresas que já manifestaram interesse em aderir. Na sessão de lançamento, Álvaro Santos Pereira aplaudiu a iniciativa que pretende dar resposta “ao problema mais grave em mãos”.
“O futuro dos nossos filhos deve ser cá e não serem forçados a procurar emprego fora de portas e fora do seu país”, defendeu o ministro da Economia, citado pela Lusa.
“Portugal é um país melhor quando a sociedade civil se organiza e dá repostas que o Estado não consegue dar”, continuou.