por Lusa, publicado por Luís Manuel Cabral, in Diário de Notícias
Fotografia © Russell Boyce - ReutersA organização não-governamental (ONG) Oxfam afirmou na terça-feira que os designados paraísos fiscais escondem 14 biliões de euros. Uma perda de receita fiscal para os governos de cerca de 120 mil milhões de euros.
A organização internacional divulgou estes dados na altura em que os chefes de estado e governo da União Europeia (UE), que se vão reunir na quarta-feira em Bruxelas, para procurar reforçar a luta contra a evasão e a fraude fiscal.
"Os líderes da UE na sua reunião deveriam colocar-se de acordo para agir de imediato de forma a acabar com a evasão fiscal, mas antes precisam de colocar a sua própria casa em ordem", defendeu a organização, em comunicado.
A Oxfam especificou que dois terços do dinheiro colocado nos paraísos fiscais estão relacionados com a UE.
Os números da organização indicam que "dois terços dos fundos, cerca de 9,5 biliões de euros, estão em paraísos fiscais relacionados com a União Europeia".
A ONG disse que usou a lista dos EUA de paraísos fiscais, dos quais 21 estão relacionados com a UE, metade dos quais (10) com apenas um estado-membro, o Reino Unidos, para o caso, referindo-se a Anguila, Bermudas, Ilhas Virgens Britânicas, Caimão, Gibraltar, Guernsey, Ilha de Man, Jersey, Montserrat e Turks e Caicos.
"Em momentos como o atual, em que cidadãos de países ricos e pobres sofrem a austeridade devido aos défices dos orçamentos nacionais, esse dinheiro poderia proporcionar o financiamento de serviços públicos essenciais, como saúde e educação", considerou a organização.
A responsável da Oxfam para a UE, Natália Alonso, considerou "escandaloso" que os governos permitam esta situação, ao mesmo tempo que considerou que estas quantidades imensas de dinheiro em paraísos fiscais poderiam ajudar a acabar com a pobreza extrema no mundo.