por Teresa Almeida, in RR
As empresas confirmam a quebra, mais sentida desde o ano passado. Desemprego é a principal causa apontada. “Sempre que possível, vou a pé”.
A quebra no sector dos transportes de passageiros é acentuada e desde 2012 que a curva não melhora. A redução do número de utentes é de 10% e confirma a tendência de descida verificada no ano passado.
“Tivemos uma redução de procura média em 2012 de cerca de 15% e este ano estamos com uma redução média de 10%”, refere à Renascença o presidente da Associação Nacional de Transportadores Rodoviários de Passageiros (Antrop), Cabaço Martins.
“As escolas alugam menos autocarros para as suas visitas de estudo, as Câmaras gastam muito menos dinheiro no serviço de transporte também…”, aponta o responsável como causas da diminuição de utentes.
Mas a maior redução foi provocada pelo desemprego: “É brutalmente penalizador para este sector. Compram muito menos títulos de transporte para andar diariamente nos autocarros”.
O sector dos transportes foi um dos últimos a sentir a crise e esteve até agora a absorver mão-de-obra.
“Estamos a manter o efectivo que temos, numa perspectiva de evitar a todo o custo despedimentos, mas se a situação persistir, teremos de fazer algumas reestruturações”, afirma Cabaço Martins.
Para já, não há para já falências, mas a redução da procura já obrigou a fusões e outras reestruturações.
As transportadoras admitem a quebra de passageiros. É o caso da Rodonorte, que opera desde Vila Real para todo o país com mais de 130 autocarros.
“O poder de compra é pequeno, as pessoas que perderam o seu emprego já não se deslocam ao Porto para trabalhar e as que vinham para fazer compras também já não se deslocam com tanta facilidade”, afirma o responsável pela delegação do Porto, Manuel Augusto Rocha.
Sem dinheiro para comprar o bilhete de autocarro, há menos passageiros e menos ganhos no sector. Andar a pé é a opção mais escolhida.