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Os estudantes portugueses procuram cada vez mais os países de Leste para estudar através do programa Erasmus, aliciados pelo baixo custo de vida e pela facilidade da educação, afirmaram à agência Lusa alunos do ensino superior.
“O facto de ser mais acessível [em termos financeiros] é o principal factor” na decisão de escolher um país de Leste para realizar Erasmus, afirmou o português Steeve Santos, que, no ano lectivo 2011/2012, escolheu ir estudar para a Universidade de Tecnologia de Brno, na República Checa.
O antigo estudante do Instituto Politécnico de Leiria (IPL), estava, “de início, indeciso entre a República Checa, a Polónia e o Brasil”, mas “o Brasil, desde logo ficou excluído, por ser bastante mais caro”.
A opção de ir estudar para a Polónia também ficou riscada devido à pouca exigência do ensino, que o aluno considerou ser uma preocupação futura.
Dione Matos, estudante do 2.º ano de Contabilidade e Finanças do IPL, está actualmente em Erasmus na Universidade de Tecnologia de Bialystok (Polónia) e admitiu que está a fazer “algumas das cadeiras sem grande esforço, à base de trabalhos, sem contacto com o professor”.
Os conselhos dos amigos, que já tinham estado no país através do programa de intercâmbio de estudantes, tiveram um importante peso na decisão desta jovem.
Para Nuno Cassamo, estudante de Economia do Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG), em Lisboa, os testemunhos foram também cruciais para a decisão de ir estudar a Universidade de Tecnologia e Economia de Budapeste (Hungria).
“Dos destinos que podia escolher para o Erasmus, foi o que a maioria das pessoas me aconselhou”, explicou.
A possibilidade de visitar países vizinhos a baixo custo é outro dos motivos que levam os estudantes portugueses a preferir países da Europa de Leste.
“A República Checa é um país perfeitamente bem localizado para quem pretende viajar”, justificou Steeve Santos.
O jovem, de 23 anos, exemplificou que “os autocarros que fazem as viagens por todo o país, e mesmo para os países vizinhos, são de uma qualidade absurda e muito baratos, onde se paga aproximadamente 7 a 8 euros por 300 km”.
Segundo dados disponibilizados pela Comissão Europeia, no ano lectivo 2011/2012, a Polónia e a República Checa juntaram-se aos tradicionais países de destino Erasmus de portugueses, como a Espanha, a Itália e a França.
As instituições portuguesas que enviaram mais estudantes foram, no ano letivo passado, a Universidade do Porto, a Universidade Técnica de Lisboa, a Universidade Nova de Lisboa, a Universidade de Coimbra e a Universidade de Lisboa.
O número de estudantes enviados também tem vindo a aumentar, passando de 2.569 em 2000/2001 para 6.500 no ano passado.
A par desta tendência, cresceram também os fundos destinados a Portugal: No ano lectivo de 2007/2008, foram enviados nove milhões de euros para Portugal para financiar este programa, valor que subiu para doze milhões no período 2011/2012.
O programa Erasmus permite aos estudantes do ensino superior estudar num outro país da União Europeia, por 3 a 12 meses.
Lusa/SOL