22.5.13

Reformados indignados. “Não posso admitir esta falta de sensibilidade social"

in RR

Documento divulgado ontem à noite indica que os reformados da função pública com pensão acima de 485 euros vão contribuir mais para a ADSE. O desconto dos organismos públicos e dos fundos autónomos do Estado sobre o vencimento dos seus trabalhadores vai ser reduzido a metade.

A Associação de Reformados e Pensionistas (APRE) mostra-se indignada com mais um corte nas pensões e reformas da função pública – “o terceiro anunciado em pouco tempo”.

“Isto já está tão cortado que acho que já não há ponto por onde se lhe pegue”, afirma à Renascença a presidente da APRE, Maria Rosário Gama.

“Não posso admitir esta falta de sensibilidade social para que os cortes venham logo a partir de 400 e pouco euros. A situação é gravíssima e acho que só tinha de haver um corte: era o Governo sair”, defende.

Na terça-feira à noite, foi conhecido o documento que o secretário de Estado da Administração Pública, Hélder Rosalino, enviou aos sindicatos e que contempla mais um corte nas pensões e reformas da função pública.

Só os pensionistas que auferem menos de 485 euros não sofrem com as alterações previstas. Na carta fica ainda claro que os organismos públicos e dos fundos autónomos do Estado vão pagar menos para aquele regime de saúde do que os funcionários públicos.

Fesap considera o corte inadmissível
O coordenador da Frente Sindical da Administração Pública (FESAP), Nobre dos Santos, considera inadmissível o aumento dos descontos dos pensionistas para a ADSE, referindo que já foram feitas "muitas malfeitorias" a este sector da sociedade.

Sublinhando que ainda não tem conhecimento dos valores exactos em causa, porque só recebeu o documento na terça-feira ao final da tarde, o dirigente da FESAP criticou a intenção.

O corte adicional nas pensões é ainda pior depois "das malfeitorias todas que já têm feito aos pensionistas", acrescenta Nobre dos Santos.

Ontem, o ministro-adjunto e do Desenvolvimento Regional, Miguel Poiares Maduro, afirmou que estão a ser estudadas "todas as alternativas" à taxa de sustentabilidade para os pensionistas e garantiu que "só será aplicada em último recurso", e que "todo o Governo defende essa posição".