Comércio online resiste à crise. 78% dos portugueses fazem compras pela internet

Por Márcia Oliveira, in iOnline

Estará o consumo online imune à crise? Os números fazem crer que sim. Nos primeiros três meses do ano, mais de metade dos sites (57%) afirma ter aumentado as vendas em relação ao mesmo período de 2011. Cerca de 97% dos portugueses que usam a internet recorrem a ela para pesquisar informação sobre os bens que pretendem adquirir e 78% fazem compras online.

Os dados são do Barómetro Trimestral da Associação do Comércio Electrónico e da Publicidade Interactiva (ACEPI)/ Netsonda sobre o “Comércio Electrónico em Portugal”. A amostra – constituída por 37 empresas e que inclui, por exemplo, o Jumbo, o ClubeFashion e a Worten – revela que 43% das inquiridas têm expectativas de que o comércio electrónico aumente ainda mais no próximo trimestre. De acordo com o estudo, as principais categorias de produtos e serviços transaccionados foram livros, revistas, casa, arte e decoração.

hipótese de crescer “O comércio electrónico continua a resistir à crise económica e a afirmar-se cada vez mais como um espaço fundamental para o desenvolvimento e o crescimento das empresas portuguesas. Este barómetro dá-nos também, uma vez mais, indicadores que nos permitem concluir que os portugueses estão a comprar e a vender cada vez mais online”, afirma Alexandre Nilo Fonseca, presidente da ACEPI.

Em apenas seis meses, cada português fez oito compras online, gastando em média 427 euros. Isto dá, no total, um valor de 1630 milhões de euros gastos em comércio electrónico.

Segundo o estudo europeu Mediascope/ACEPI – apresentado em paralelo pela associação sobre os hábitos de consumo online em 28 mercados durante Setembro de 2011 e Fevereiro de 2012 –, os portugueses estão na linha da frente a nível das compras online: 97% dos utilizadores nacionais recorre à internet para pesquisar informação sobre os bens que pretendem adquirir e 78% compram online. Viagens, roupa, acessórios, férias e bilhetes para espectáculos são os bens online mais consumidos pelos portugueses.
Escolha fácil A influência da internet na escolha das marcas também está a crescer, apesar do ambiente económico recessivo.

“O acesso cada vez mais facilitado à internet – descida dos custos com hardware, aumento do uso de computador portátil e smartphone, e acesso mais barato e com velocidades cada vez maiores – ajudará a explicar a taxa de penetração da internet em Portugal. Ao mesmo tempo os portugueses começam a confiar mais nos sites de compra online, onde por vezes conseguem melhores negócios ou promoções”, afirma ao i Ana Silva, responsável de media sociais num grupo industrial. Talvez devido ao fácil acesso ao online, 51% dos portugueses inquiridos referem que a internet os ajuda a escolher melhor os produtos/serviços que desejam adquirir e 54% dos utilizadores revelam que consideram importante a forma como as marcas comunicam online.

Media sociais O mesmo estudo revela que 59% da população total de Portugal já está ligada à internet, um crescimento de 14% nos últimos dois anos. Além disso, os portugueses lideram o ranking da utilização das redes sociais na Europa (95%), quer para fins profissionais quer pessoais.
“A adopção de novas tecnologias é normalmente rápida em Portugal. Se considerarmos o conjunto das diferentes redes sociais, incluindo o Linkedin, uma plataforma com mais anos e penso com uma taxa de adopção considerável em Portugal, isso poderá explicar a elevada taxa de utilização de redes sociais”, realça Ana Silva.

Em relação ao acesso à web, 5,1 milhões dos internautas portugueses elegem o computador como o meio mais popular. (51% utilizam o desktop em casa e 79% o portátil). Já um milhão revelam que acedem à internet através do telemóvel (11% dos utilizadores portugueses) e a maioria (75%) várias vezes por dia.

Os portugueses também lideram o ranking da utilização do email na Europa e 100% dos internautas revelam que usam este método para comunicar. Por semana, os portugueses estão online 13,2 horas e 34% dos utilizadores visitam novos sites todos os dias. As plataformas das redes sociais e os sites noticiosos são os mais vistos, quer diária quer mensalmente.

Comunicação social O número de utilizadores portugueses que vêem televisão online situa-se nos 62% e 86% lêem as notícias através da internet. Em relação à rádio, os portugueses ouvem cada vez mais as emissões online, tendo este item obtido um crescimento de 42% face a 2010.