1.10.12

Consumo de anti-depressivos subiu 7,1%

por Agência Lusa, publicado por Susana Salvador, in Diário de Notícias

Os portugueses compraram mais 329 mil unidades de anti-depressivos nos primeiros oito meses deste ano que em igual período de 2011, o que representa uma subida de 7,1 por cento, revelam dados de uma consultora farmacêutica.

Entre janeiro e agosto de 2012 já foram vendidas em Portugal quase cinco milhões de unidades de anti-depressivos (4.970.062), mais 329.292 unidades - ou 7,1 por cento - do que em igual período do ano passado (4.640.770), segundo dados revelados à agência Lusa por ocasião do Dia Europeu da Depressão, que hoje se assinala.

Segundo a consultora IMS Health, entre janeiro e agosto de 2010 foram vendidas um total de 4.573.778 unidades.

Um estudo da Sociedade Portuguesa de Psiquiatria e Saúde Mental (SPPSM), divulgado na semana passada, revela, por sua vez, que um em cada quatro dos portugueses admite já ter sofrido de depressão.

Na opinião dos portugueses, a melhor opção para tratamento da depressão é o acompanhamento psicológico/psicoterapia (35%) e os medicamentos anti-depressivos (34 por cento), estes últimos conhecidos por 91 por cento da população, mas ainda vistos de uma forma muito negativa.

Relativamente às causas da doença, 96% dos inquiridos no estudo acreditam que a crise fez aumentar os casos de depressão em Portugal. Contudo, os problemas familiares e financeiros continuam a ser apontados como sendo as principais causas.

A propósito do Dia Europeu, que este ano é dedicado ao tema "Depressão em meio laboral", a psiquiatra Lucinda Bastos, do SPPSM, lembra que na população laboral, como na população geral, a depressão é duas vezes mais frequente nas mulheres do que nos homens.

Em Portugal estão previstas várias iniciativas para assinalar a efeméride. Em Lisboa, Matosinhos, Faro, Évora e Coimbra, por exemplo, será lançada, em simultâneo, a nova campanha nacional sob o mote "Saia do escuro. A depressão tem tratamento".