por Lusa, publicado por Ricardo Simões Ferreira, in Diário de Notícias
O antigo ministro das Finanças Henrique Medina Carreira prevê a falência do estado social dentro de poucos anos e diz que, segundo os seus próprios cálculos, em 2020 seriam precisos 120% dos impostos para pensões.
"Prevejo dentro de alguns anos, não muitos, a falência do estado social", afirmou Medina Carreira, ministro das Finanças de um dos governos de Mário Soares, numa conferência sobre a proposta de Orçamento do Estado para 2013 organizada pela sociedade de advogados Rogério Fernandes Ferreira (RFF), que decorreu hoje em Lisboa.
"Em 1990 nós gastávamos com o estado Social 67% dos impostos, em 2000 eram 75% e em 2010 [gastávamos] 88%. Hoje, praticamente grande parte dos impostos é para o estado social. Toda a gente acha que a saúde tem que ser boa, que a educação tem que ser melhor, que os pensionistas não podem ser atingidos, que os funcionários têm um contrato com o Estado para a vida, é neste entalamento entre aquilo que as pessoas pensam e o que é a nossa realidade que reside o grande problema", afirmou.
Nas contas do próprio, a Segurança social afetava 73% das suas contribuições para o pagamento das suas pensões em 1990, 80% em 2000 e 104% em 2010.
"A projeção que eu fiz é que em 2020 seriam precisos 120 por cento dos impostos para assegurar as pensões" da Segurança Social, disse Medina Carreira.
O Governante aproveitou ainda para relembrar que em 1960 o estado social custava 5% do Produto Interno Bruto (PIB), valor que subiu para 30% em 2010.